Jean Everson Raymundo, 23 anos, motociclista envolvido em briga de trânsito que vitimou Murilo José Coelho vai a júri popular em Joinville. A sessão foi agendada para 16 de julho no Fórum da cidade. A vítima foi morta por espancamento com a ajuda de um capacete em 19 de janeiro, no bairro Vila Nova, na Zona Oeste. Em 5 de fevereiro, o Ministério Público (MP) ofereceu denúncia contra Jean por homicídio doloso – quando há intenção de matar.
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O julgamento será presidido pelo juiz Gustavo Henrique Aracheski, da Vara do Tribunal do Júri, e deverão ser ouvidas duas testemunhas mais um interrogatório. A denúncia do MP aponta que aponta que o motociclista Jean utilizou um capacete, além de chutes, socos e pontapés, para matar Murilo depois da briga de trânsito. A denúncia também aponta que a vítima foi morta por motivo fútil e com emprego de meio cruel.
Inicialmente, o inquérito policial foi instaurado por lesão corporal com resultado morte – crime intermediário entre o homicídio doloso (quando há intenção de matar) e culposo (quando não há intenção de matar). Entretanto, no curso das apurações, a Polícia Civil reuniu provas que comprovaram o fato como sendo um homicídio doloso. O laudo pericial, concluído em janeiro, demonstrou que Murilo tinha diversas lesões em várias partes do corpo, como cabeça, boca, pescoço, cotovelo e joelho.
De acordo com a advogada Nair Aline Tomaz, responsável pela defesa do réu, Jean optou por não fazer recurso contra a sentença de pronúncia do julgamento. A tese está baseada nas provas técnicas coletadas. O réu permanece preso desde a briga.
— Vamos insistir na absolvição, porque acreditamos que as provas técnicas demonstram uma realidade diferente do que foi apresentada pela acusação — explica a advogada.
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Relembre o caso
A morte foi registrada por volta das 17h45 do dia 19 de janeiro depois de um acidente de trânsito que envolveu a motocicleta guiada por Jean e o carro conduzido por Murilo. O acidente ocorreu na Rua Leopoldo Beninca com a Rua Joaquim Girardi. Apesar de, a princípio, o acidente ter sido leve — não havia nem mesmo sinais da colisão na lataria do carro nem na moto —, o motociclista teria iniciado uma discussão.
Uma testemunha-chave que acompanhou toda a ação contou à polícia que o motociclista teria se exaltado e entrado em luta corporal com a vítima. A versão é descrita pelo delegado que investiga o caso, quando questionado se houve agressão física contra Murilo.
— Teve agressão violenta do motoqueiro contra a vítima. Segundo essa testemunha, que estava num carro atrás da moto antes de acontecer o acidente, o Jean estava com a namorada dele (de 17 anos), que estava na garupa e machucou o pé com a batida. Então o Jean ficou extremamente violento, arrancou o motorista do carro e bateu nele com socos e “capacetadas”. O Murilo bateu forte com a cabeça no chão e, mesmo no chão, o Jean ainda chutou a cabeça dele — declarou Baja à reportagem.