Nesta semana, o Saavedra andou sentindo a falta de notícias das capivaras de Joinville. E pôs uma nota em sua coluna, estranhando não serem mais vistas (ótica dele). É que estes bichos se incorporaram à cena urbana, são vistos e fotografados seguidamente comendo, banhando-se, brincando no rio Cachoeira, lanchando à beira do asfalto. Pra que o Saavedra foi mexer nisso? No dia seguinte, como um sinal, ele mesmo topou com uma e a fotografou. Nos dias seguintes, leitores lhe abasteceram de fotos de capivaras grassando por aqui, provando-lhe que não tem nada de anormal acontecendo, como cogitou seu registro.
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Ao vê-lo, meio desconcertado, manuseando no computador as fotos recebidas e que botavam por terra a sua atabalhoada visão da coisa, lembrei-me de outra passagem. Eram os anos 1980. Um colunista, certo domingo, teve um pneu do carro furado. Por ser domingo, não encontrou borracharia aberta. Não teve dúvidas: tascou no jornal sua frustração de não ter achado oficina trabalhando no domingo e desafiou que alguém lhe apontasse algum profissional que abrisse borracharia no domingo. E arrematou: daria nome e endereço no jornal se aparecesse alguém.
Pra quê? Foram aparecendo indicações. Tantas que já não cabiam mais no espaço que tinha e teve de reconhecer que o serviço existia mesmo aos domingos, ao contrário do que achou, e deu o caso por encerrado.
Episódio engraçado.
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É arriscado duvidar das coisas num surto de achismo. A saia-justa é iminente e concreta.
Tenho dois rádios antigos, que foram de meu pai e de meu sogro e guardei de lembranças. Entrei, nos últimos anos, em muita oficina perguntando se podem recuperá-los para mim. Ninguém quer. Sei que existem empresas especializadas nisso, já me mandaram a Curitiba ou fuçar na internet, mas considero empenho demais. Certa vez, pensei em lançar um desafio no jornal atrás de alguém que recupere estas geringonças em Joinville, e prometer boa divulgação caso exista. Desisti. Vai que, como nos casos da borracharia e das capivaras, tem e só eu não sei.
Tenho as barbas de molho.