Quando a missão é despertar a sensibilidade humana, o cinema europeu raramente falha. Tome como exemplos clássicos como O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (França, 2001), Volver (Espanha, 2005) e A Vida é Bela (Itália, 1997). Ao mesmo tempo são obras que se mantêm fora da rota de blockbusters hollywoodianos. Naquela mesma região, quando o assunto é sétima arte, a Alemanha figura como um dos países mais emergentes.
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>> Blog +Lazer: a opinião do cinéfilo Jorge Holetz sobre o festival <<
Para descortinar este mundo a quem ainda não teve a chance de experimentar a crueza sincera do cinema germânico, chega hoje a Blumenau a Mostra Encontro com o Cinema Alemão. Até dia 27, 10 obras influentes dos últimos 15 anos e que abordam as questões contemporâneas da sociedade ocidental serão exibidas gratuitamente no bloco J da Furb, Campus I. Na programação, títulos como Adeus Lenin!, Die Unberührbare e Yella (clique no infográfico abaixo para ler as sinopses e assistir aos trailers).
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Na opinião do cineasta blumenauense Andreas Peter, o cinema alemão viveu épocas distintas, com linguagens e temas peculiares. Para ele, diferentemente do público brasileiro, quem costuma frequentar o cinema na Alemanha tem uma predileção por produções regionais.
– Na Alemanha o cinema é uma forte ferramenta econômica e social, o que não acontece no Brasil. O público alemão prestigia muito mais o cinema local que o brasileiro a produção de filmes nacionais. E o blumenauense pouco conhece da cinematografia alemã ou se interessa por ela, com algumas exceções – diz.
A mostra é uma parceria entre o Goethe-Institut, o Sesc e a Divisão de Cultura da Furb.
Além de Hollywood
Neto do ilustre comerciante e cinegrafista blumenauense Willy Sievert, o designer e cinéfilo Sávio Abi-Zaid acredita que festivais como a Mostra Encontro com o Cinema Alemão servem principalmente para mostrar que existe arte além de Hollywood:
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– Tirando uma coisa que vez ou outra aparece, não tem mais nada que hoje te faz sair do cinema extasiado. Temos esse público que quer um cinema mais artístico, mais alternativo, só basta dar condições para isso.
Ele complementa dizendo que o festival ajuda a atualizar a ligação do blumenauense com a cultura alemã.
– Temos as entidades culturais tentando apostar numa revitalização da cultura alemã com os clubes de caça e tiro, por exemplo. Eu acho que o cinema alemão é importante porque traz essa diversidade, essa identidade, essa cultura – destaca.
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