Nos palcos, tablados e até pistas, os artistas se engalfinham lentamente, às vezes em movimentos discretos e imperceptíveis que nem parecem fazer parte de uma coreografia. A platéia, atônita, se divide entre amantes e alguns indignados. A dança contemporânea tem essa intenção: provocar o espectador. Por isso, nem só os bailarinos devem estar preparados para a mostra que inicia nesta quinta-feira.
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Como em 2007, o oficial Teatro Juarez Machado irá receber apenas uma parte dessa variação de linguagens. A Cidadela Cultural Antarctica e a Moom Art n’ Music serão os palcos no sábado desse gênero surgido na década de 60, uma ruptura alheia à estética do balé tradicional com transmissão de sentimentos e idéias. Desde 2001 o Festival de Dança de Joinville valoriza esses novos conceitos, que deixou a marginalidade para figurar entre as grandes atrações do evento.
Serão seis apresentações dividas em quatro noites. Nesta quinta, sobe ao palco a estreante Riscas Cia. de Dança – o grupo faz a estréia nacional do espetáculo “Escape”. Antes, numa premiére de luxo, o mestre Luis Arrieta promove o “Carnaval dos Animais”. As duas coreografias iniciam no Juarez Machado poucos minutos após o término da primeira noite de competições, no palco principal do Centreventos.
Em comum, os grupos ressaltam a importância em se divulgar a Dança Contemporânea para espectadores desavisados e quebrar o preconceito de “incompreensível”. Mas é só. Cada uma das seis coreografias apresenta características próprias, exclusivas. Há espaço para adaptações de clássicos de literatura de Kafka e Lewis Carrol, até criações sem nenhuma referência. Ao público, resta abrir a mente para essas novas experiências.
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