Marc Engler embalou a Serra Dona Francisca. Transformada em produto, ela torna-se parte das obras da exposição Consumoquê, que será aberta no sábado na El Clandestino Galeria de Arte, em Joinville. Em 20 imagens, ele critica o consumo desenfreado e a consequente produção de lixo da sociedade contemporânea e chama atenção para os problemas ambientais que a superprodução dos bens de consumo está causando. O tema faz parte da linha de trabalho de Marc, que em seus projetos tem a sustentabilidade como reflexo importante do diálogo.

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Fotógrafo por formação, Marc não apresenta apenas fotografias em sua exposição.

– Eu as uso para construir imagens que expressem o que eu quero dizer – conta ele, que para Consumoquê criou um painel multifuncional com as imagens.

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A Serra Dona Francisca foi escolhida para simbolizar o processo de consumo que tira seus recursos do meio ambiente. Além de produzir fotos da área florestal, Marc retratou o lixo como se fosse produto. É uma forma de questionar o que está sendo consumido pela sociedade, que se baseia nas campanhas publicitárias que transformam embalagens em objetos de desejo.

Para ele, este é um exercício fácil, treinado durante os anos em que se dedicou à fotografia de moda. Nascido em Rio Negrinho, Marc deixou Santa Catarina há cerca de uma década para viver em São Paulo, onde atuou como executivo de contas de uma grife famosa. O trabalho como fotógrafo não demorou e, após formar-se na área pela Universidade Anhembi Morumbi, viu chegar a hora de “mudar para o outro lado da força”.

– Vivemos em uma sociedade baseada na busca pelo poder por meio do consumo. Eu fui para São Paulo e me joguei naquela vida em que, para ser, é necessário ter. Você define quem é pela forma com que se veste. Então, eu comecei a perguntar: “Para que eu preciso de tudo isso”? – conta ele.

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Grito pelo meio ambiente

A exposição de Marc abre nove dias depois de Lixo, Detritos e Descartes: Formas Poéticas Referentes ao Fechamento do Ciclo Vital, coletiva que ocorre no galpão da Associação de Artistas Plásticos de Joinville (Aaplaj) e que também tem como tema o consumismo e a poluição. Para ele, é um assunto inevitável aos artistas.

– A arte reflete a necessidade da sociedade. É uma coisa latente, mas, um dia, o planeta vai acabar – analisa ele.

Serviço:

O quê: exposição Consumoquê, de Marc Engler.

Onde: El Clandestino Galeria de Arte (rua Ministro Calógeras, 287, Centro).

Quando: vernissage neste sábado, a partir das 14 horas. Depois, o horário de visitação é de segunda a sexta-feira, das 14 às 18 horas.

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Quanto: gratuito.

Informações: (47) 3025-5774.