Quem já deu uma olhada no programa da sétima noite competitiva e não tem muito contato com a dança deve ter pensado: o que, afinal, é Harlequinade e por que tantos bailarinos irão dançar essa coreografia?

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Nesta quarta-feira, a noite será aberta com o balé clássico de repertório, categoria pas-de-deux júnior e todas as apresentações serão com essa peça. É que no balé clássico de repertório são apresentadas partes de uma peça de dança completa, como por exemplo, o Harlequinade, que é a história do arlequim, pierrô e colombina. Isso é o balé clássico de repertório, que é representado no palco pelos bailarinos que competem no festival.

A repetição dessas peças, segundo a professora de balé clássico Toshie Kobayashi, não passa de coincidência mesmo e não existe um motivo para que, ano após ano, sejam vistas essas repetições.

– É uma decisão do professor. Ele vai decidir de acordo com a alegria, com a personalidade do aluno – diz ela, ressaltando que não há nível de complexidade.

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– Todas são muito difíceis, a escolha não é por isso. É mesmo uma questão da afinidade com a história. Os difíceis são os balés brancos, que são os segundos atos de Cisne Negro ou Giselle, por exemplo – diz Toshie.

Mesmo tendo de seguir a identidade do balé, os professores-coreógrafos têm liberdade para fazer pequenas adaptações, contanto que mantenham a essência.

– Muitos americanos e russos vêm adaptando e no Brasil isso não é diferente. No entanto, é preciso que o coreógrafo não se perca e tenha uma fidelidade coreográfica.

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A coordenadora e professora da Escola Municipal de Taboão da Serra, São Paulo, Sonia Maria Barbosa de Almeida, diz que escolheu a coreografia de acordo com o perfil das alunas que possui.

– Esse ano tenho meninas muito longilíneas e acabei determinando o “Adágio das Fadas” por causa do físico mesmo. A menina que dança o “Harlequinade” tem que ter o que chamamos de ‘carão’, ou seja, tem de ser muito interpretativa; as que dançam “Esmeralda” precisam ser sensuais; e as que dançam “Desafio de Kitri” devem ser virtuosas na técnica – explica Sonia, destacando que a repetição é uma surpresa até para os coreógrafos que percebem bailarinos com as mesmas características em todos os cantos do País.

No jazz, dois grupos são de Santa Catarina e um é do Rio de Janeiro, os outros sete são de São Paulo. Para Fernando Dalla Nora, coreógrafo do Núcleo Experimental de Dança, de Balneário Camboriú, é um privilégio poder representar o Estado.

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– Somos o único na categoria também, que é o trio. Por saber dessa responsabilidade, estamos ensaiando muito para apresentar um nível técnico e artístico à altura do festival – reforça.

O QUÊ: Mostra Competitiva.

QUANDO: quarta-feira, às 19 horas.

ONDE: Centreventos Cau Hansen, avenida José Vieira, 315, América.

QUANTO: ainda há disponibilidade de ingressos para alguns setores. Preços e informações na bilheteria do Centreventos ou pelo www.ticketcenter.com.br .

Programa da noite

Balé Clássico de Repertório – Pas-De-Deux – Júnior

Balé Juvenil Centro Cultural Gustav Ritter (GO) – “Harlequinade”

Ballet Adriana Assaf (SP) – “Harlequinade”

Studio de Dança Daniela Alonso (SP) – “Harlequinade”

Balé Clássico de Repertório – Conjunto – Júnior

Corpo de Baile Juvenil da Escola de Arte Veiga Valle (GO) – “La Fille Mal Gardée”

Escola de Dança Petite Danse – Barra (RJ) – “Valsa das Horas”

Escola Municipal de Bailado de Taboão da Serra (SP) – “Adagio das Fadas”

Balé Clássico de Repertório – Variação Feminina – Sênior

Cep Em Arte Basileu França (GO) – “Carnaval em Veneza”

Ballet Adriana Assaf (SP) – “Chamas de Paris”

Pavilhão D (SP) – “Paquitta”

Escola de Ballet Goretti Quintela (CE) – “Noite de Valpurgis”

Estúdio de Dança Adriana Soares (SP) – “Cupido”

Ballet da Cidade de Rio Claro (SP) – “Diana e Acteon”

Especial Academia de Ballet (SP) – “Esmeralda”

Cia Petite Danse (RJ) – “Dulcinéia”

Balé Clássico de Repertório – Variação Masculina – Sênior

Vórtice Escola de Danças (MG) – “Carnaval em Veneza”

Balé Jovem de São Vicente (SP) – “Chamas de Paris”

Jazz – Trio – Avançada

Núcleo Experimental de Dança (SC) – “Interrupções”

Jazz – Conjunto – Avançada

Cia de Dança da Sinfônica de Cubatão (SP) – “Golden Days”

Monique Paes Studio de Dança (SP) – “Senkô”

Grupo de Dança Kaiorra (SC) – “Na Batida Perfeita”

Escola de Dança Petite Danse – Tijuca (RJ) – “Sinapse”

Cia de Dança Kahal (SP) – “Tão Perto, Tão Longe, Tão Longe, Tão Perto…”

Ballet Ana Araújo (SP) – “Código”

Laboratório da Dança Fernanda Araújo (SP) – “O Lago Negro”

Cia Independente de Dança de São Paulo (SP) – “Licores”

Balletcia (SP) – “Sonhos Roubados”

O que vem por aí

Amanhã

? Mostra Competitiva, às 19 horas, no Centreventos Cau Hansen: balé clássico de repertório e sapateado.

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29 de julho

? Mostra Competitiva, às 19 horas, no Centreventos Cau Hansen: dança contemporânea e danças urbanas.

30 de julho

? Noite dos Campeões, às 19 horas, no Centreventos Cau Hansen.

Jurados

Balé Clássico de Repertório: Beatriz Almeida (MS), Cecília Kerche (RJ), Cesar Lima (SC/RJ), Fátima Cerqueira (MG) e Tíndaro Silvano (MG).

Jazz: Jarbas Homem de Mello (SP), Kátia Barros (SP), Marly Tavares (RJ), Soraya Bastos (RJ) e Suely Machado (MG).