Pequenos tubos transparentes que carregam de 200 a 220 Aedes Eegypti começaram a ser abertos em ruas do bairro Espinheiros, em Joinville, na manhã desta terça-feira (20). Os insetos possuem a bactéria Wolbachia, método que impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dos mosquitos, contribuindo para redução dessas doenças. A previsão é que a soltura ocorra até o início de 2025, liberando por semana, aproximadamente 3,6 milhões de mosquitos.

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Ao todo, 17 bairros receberão os mosquitos com Wolbachia, popularmente chamados também de “Wolbitos”. Os locais de soltura dos insetos foram selecionados a partir de critérios técnicos como número de focos e de casos confirmados e serão Aventureiro, Boa Vista, Bom Retiro, Comasa, Costa e Silva, Espinheiros, Fátima, Floresta, Guanabara, Iririú, Itaum, João Costa, Morro do Meio, Paranaguamirim, Petrópolis, Ulysses Guimarães e Vila Nova.

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— Hoje [20 de agosto] a gente está iniciando as liberações aqui em Joinville. Serão 20 semanas de liberação, 70 rotas, cobrindo todas as regiões. A princípio, vamos liberar 3,6 milhões de mosquitos toda semana, de segunda a sexta-feira. Então é importante a população saber que os carros com a placa da prefeitura estarão passando, com os nossos colaboradores soltando esses tubos. Isso vai, provavelmente, durar até o início de janeiro de 2025 — indica Diogo Chalegre, líder de relações Institucionais e Governamentais WMP Brasil.

A rota de soltura possui extensão de 22 quilômetros, com 296 pontos de soltura e deve ser concluída em cerca de uma hora e meia. Em cada um dos pontos, será aberto um tubo de onde devem ser liberados entre 200 e 250 mosquitos. 

O método

O método consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia.

Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método autossustentável e uma intervenção acessível a longo prazo.

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— A partir do primeiro mês de liberação a gente vai começar o que a gente chama de monitoramento, ou seja, a prefeitura vai coletar os ovos no campo que vão ser levados para o laboratório, onde vai ser feita a identificação dos mosquitos e enviados para Belo Horizonte. Lá, a gente vai fazer teste diagnóstico para avaliar se a Wolbachia está ou não se estabelecendo no campo — explica Chalegre.

A estratégia do método contempla a introdução da bactéria Wolbachia nos mosquitos Aedes aegypti. Esta bactéria está presente em 60% dos insetos da natureza e não causa danos aos humanos. Não há qualquer modificação genética no Método Wolbachia do WMP, nem no mosquito nem na Wolbachia.

Além disso, o gerente de Gestão Estratégica e Articulação da Rede em Saúde de Joinville, Anderson da Silva, alerta a população para a necessidade de continuar com os demais cuidados para combate da dengue na cidade.

— A Wolbachia, ela vem para somar força aos nossos trabalhos, mas em hipótese alguma nós podemos baixar a guarda com relação ao mosquito. Então, a prefeitura municipal de Joinville vai continuar com todas as linhas de trabalho, nós vamos seguir orientando a população, fazendo o trabalho de educação nas escolas e a gente pede para a população também ter essa atenção, fazer os 10 minutos contra dengue toda semana na sua casa para eliminar todos os locais que possam ser criadouros de mosquito — diz.  

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A implementação do Método Wolbachia em Joinville ocorre por meio de uma ação conjunta entre a Prefeitura de Joinville, Fiocruz, World Mosquito Program (WMP), Governo de Santa Catarina e Ministério da Saúde.

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