Amigo de Daiane dos Santos desde o começo da carreira da ginasta no Grêmio Náutico União, em Porto Alegre, Mosiah Rodrigues foi pego de surpresa com o anúncio de doping da gaúcha. Ele e toda a seleção brasileira que está disputando o Campeonato Sul-Americano, na Colômbia. Em meio às disputas, o ginasta encontrou tempo para conceder esta entrevista, por e-mail, ao clicEsportes, na qual comenta o caso de doping, manifesta apoio à ex-colega de seleção e afirma que ela tem força para superar o episódio.

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clicEsportes – Como é que vocês da seleção brasileira ficaram sabendo do caso de doping da Daiane dos Santos? E qual foi a reação do grupo?

Mosiah Rodrigues – Ficamos sabendo pela internet mesmo. Acredito que posso resumir a reação da equipe brasileira em uma palavra: surpresa.

clicEsportes – Vocês receberam alguma orientação ou mesmo posição oficial da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) sobre o caso?

Mosiah – Não. Não faria sentido colocarem uma posição oficial para a equipe. A Daiane não representou mais o Brasil após as Olimpíadas. Esta é uma questão pessoal dela. É claro que ela pode sempre contar comigo como amigo, colega de seleção brasileira e testemunha da grande pessoa que ela é e da conduta profissional como atleta que sempre teve.

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clicEsportes – O exame antidoping da Daiane apontou a presença de furosemida, que é um diurético comumente utilizado para emagrecer. Acha que ela pode ter utilizado para acelerar o retorno às competições?

Mosiah – Acredito que ela possa ter relaxado, o que é normal quando se está fora de competições internacionais, e usado o medicamento, mas não de caso pensado. Ela não usou um esteroide anabolizante para melhorar sua performance em uma competição, não está jogando sujo com ninguém. Quando estamos competindo, a preocupação com isso é maior e estamos sempre cuidando. Quando não estamos mais na ativa por lesão, como é o caso da Daiane, voltamos a ser “pessoas normais” abrindo margem para este tipo de situação.

clicEsportes – Você e a Daiane treinaram muito tempo juntos no Grêmio Náutico União e na seleção brasileira e viraram amigos. Teve contato com ela recentemente? Como é que ela estava fisicamente?

Mosiah – Falei com ela no começo deste mês, quando estava na Espanha, treinando para o Campeonato Mundial. Estou com a sapatilha que ela encomendou (risos). Falamos sobre o Campeonato Brasileiro que acontecerá em Porto Alegre, falei que seria bacana ela competir, mas que tudo tem seu tempo e primeiro ela precisa pensar na saúde dela, depois voltar bem. Fisicamente ela só disse que estava se recuperando bem, fazendo fisioterapia.

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clicEsportes – Acha que a Daiane vai conseguir superar este episódio e disputar os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012?

Mosiah – Dela eu não duvido nada. Se ela falar que vai, eu acredito. Torço para que ela volte. Ginastas com o carisma e a qualidade dela estão em falta na ginástica feminina mundial.