O exército do regime sírio recebeu de seu aliado russo aviões de reconhecimento e de combate, assim como novas armas para enfrentar os jihadistas do EI, contra quem Damasco multiplicou seus bombardeios nos últimos dias.
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“O efeito das armas russas começa a ser sentido no território sírio”, afirmou nesta terça-feira à AFP uma fonte militar síria.
“O exército começou a utilizá-las nas cidades de Deir Ezzor e Raqa”, em particular contra posições do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), destacou esta fonte, que pediu o anonimato.
As Forças Armadas sírias multiplicaram nos últimos dias, paralelamente ao reforço da presença militar russa na Síria, os ataques contra o grupo Estado Islâmico.
Ao menos 38 jihadistas do EI morreram na segunda-feira em ataques da aviação síria contra posições do grupo no centro do país, indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede na Grã-Bretanha.
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A Rússia entregou nos últimos dias às Forças Armadas sírias ao menos cinco aviões de combate, aviões de reconhecimento e outros materiais militares para lutar contra o grupo EI.
Além disso, elas receberam “material de combate sofisticado para combater o EI”, acrescentou esta fonte.
“São armas defensivas e ofensivas”, particularmente “armas sofisticadas que apontam com precisão e mísseis teleguiados”, explicou.
Os aviões chegaram na sexta-feira a uma base militar na província de Latakia, reduto do presidente Bashar al-Assad, no oeste do país.
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Outra fonte militar em Latakia disse à AFP que a aviação síria havia “recebido aviões de reconhecimento russos que permitem às forças terrestres e aéreas sírias identificar os alvos com precisão”.
Também receberam “radares e binóculos infravermelhos”, acrescentou a fonte.
Os Estados Unidos expressaram preocupação pela crescente presença militar russa na Síria, onde o regime, rebeldes, jihadistas e combatentes curdos se enfrentam em um território cada vez mais dividido, após quatro anos de guerra.
Moscou e Damasco não integram a coalizão internacional liderada há um ano pelos Estados Unidos contra o EI no Iraque e na Síria.
O secretário de Estado americano, John Kerry, havia afirmado que o apoio militar da Rússia ao regime de Assad poderia gravar ainda mais a situação, já que “poderia atrair mais extremistas e fortalecer Assad, colocando obstáculos no caminho para uma solução” ao conflito.
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Kerry insistiu novamente que não pode “haver uma solução sem uma transição no poder”, o que implica necessariamente que Assad abandone a presidência da Síria.
No domingo em Damasco, o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, considerou que o envolvimento da Rússia vai “mudar a situação” na luta contra os jihadistas.
“A participação da Rússia no combate ao Daesh (acrônimo em árabe do EI) e à Frente Al-Nosra (braço sírio da Al-Qaeda) é ainda mais importante que fornecer armas à Síria”, declarou Muallem à rede Russia Today.
* AFP