O número de mortos no terremoto registrado na ilha de Java, na Indonésia, nesta segunda-feira (21), subiu para 268, afirmou o governo local. A cifra inclui muitas crianças, que estavam na escola na hora do tremor -13h do horário local – e morreram após os prédios das instituições desabarem.
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Outras 151 pessoas ainda estão desaparecidas, segundo a Agência Nacional de Desastres. Mais de mil pessoas ficaram feridas, 58 mil tiveram de ser deslocadas, e 22 mil casas foram danificadas.
O terremoto de magnitude 5,6, cifra relativamente comum na Indonésia, que registra tremores de magnitude 6 ou 7, foi agravado porque atingiu a terra em uma profundidade baixa -10 km abaixo do solo.
O cenário foi acentuado pelo fato de Cianjur, a cidade mais afetada e localizada na populosa província de Java Ocidental, estar em uma região montanhosa e ter infraestrutura precária. Autoridades disseram que muitos morreram quando prédios mal construídos desabaram.
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O presidente indonésio, Joko Widodo, que há poucos dias recepcionava lideranças mundiais na ilha de Bali para a cúpula do G20, visitou o local e disse que a prioridade do governo será retirar as pessoas das áreas afetadas e reconstruir estradas destruídas por deslizamentos de terra.
— O governo também fornecerá assistência aos residentes cujas casas foram afetadas pelo terremoto; a construção de novas casas deve cumprir padrões de construção resistentes aos tremores — disse ele.
O país asiático se estende pelo chamado Círculo de Fogo do Pacífico, zona sísmica altamente ativa onde diferentes placas da crosta terrestre se encontram, gerando um número maior de terremotos e vulcões.
Com um hospital local destruído e outros sobrecarregados, o atendimento a feridos foi feito nas ruas e em estacionamentos de Cianjur. À agência de notícias Reuters Cucu, 48, disse que sua casa desmoronou sobre ele. Dois de seus filhos sobreviveram após ele os desenterrar. O terceiro está desaparecido.
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Hesti, parente de Cucu, afirmou que muitos corpos podem ser vistos nos arredores do hospital. Cenas registradas pela TV indonésia Kompas também mostram pessoas segurando cartazes de papelão pedindo comida e abrigo -suprimentos demoram a chegar, em parte devido à destruição parcial de vias públicas.
Um internato islâmico de Cianjur foi uma das estruturas destruídas pela tremor. Lá, acredita-se, morreram muitas crianças. Aprizal Mulyadi, 14, estudante da instituição, disse à agência de notícias AFP que o quarto onde estava desabou, e escombros cobriram suas pernas.
Ele conseguiu escapar graças à ajuda do amigo Zulfikar, que morreu pouco depois, ao ficar preso no local.
— Fiquei arrasado ao vê-lo ali, preso, mas não consegui ajudar porque minhas pernas e costas estavam feridas — relatou.
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—Tudo aconteceu tão rapidamente.
Oficiais de emergência relataram ao jornal americano The New York Times que ao menos 13 escolas e dez prédios da administração pública de Cianjur foram danificados no terremoto. Nesta terça (22), 90% da rede elétrica da cidade havia sido restabelecida. Em luto, muitas pessoas aguardam que autoridades entreguem os corpos de seus familiares para que possam enterrá-los de acordo com os ritos islâmicos.
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