Mais de 50 mortos, 67 desaparecidos, dezenas de desabrigados, rodovias bloqueadas e aeroporto fechado. Esta é a situação do Rio Grande do Sul, que vem sendo castigado por fortes chuvas desde a última segunda-feira (29). As enchentes tomam as ruas e deixam o Estado em cenário irreconhecível.

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Informações do Zero Hora atualizadas às 19h indicavam 62 mortos, mais de 350 mil pontos sem luz e 188 trechos de rodovias com algum ponto de bloqueio. Cinco trechos de vias federais e 28 de estaduais estão parcialmente fechadas e as demais, completamente interditadas.

Entenda causas de uma das piores tragédias climáticas do RS que deixa mortos e desalojados

Conforme o último balanço divulgado pela Defesa Civil do RS, por volta do meio-dia desta sábado (4), mais de 32.200 pessoas estão fora de casa, entre desabrigados e desalojados. Ao todo, 235 dos 496 municípios do Estado registraram alguma ocorrência e mais de 351 mil pessoas foram afetadas.

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Inmet emite alerta de perigo para região Sul do Brasil; veja previsão para o RS e SC

Porto Alegre é uma das mais afetadas e a situação na Capital está complicada até em hospitais. De acordo com o ZH, devido aos bloqueios em rodovias, pacientes e funcionários não conseguiram chegar a instituições de saúde na sexta-feira (3). No momento, serviços de urgência são prioridade.

Ainda na sexta, o nível do rio Guaíba subiu e a água invadiu a rodoviária de Porto Alegre, causou inundação em diversas ruas da Capital gaúcha e chegou a invadir os centros de treinamento do Grêmio e Internacional.

Por causa da situação, o Aeroporto de Porto Alegre suspendeu voos por tempo indeterminado. Sem aviões, trens e ônibus, as pessoas se locomovem apenas de barcos e a orientação dos órgãos de segurança é de que a população só saia de casa em caso de extrema necessidade. Em vista disso, há relatos de famílias que estão estocando comida em casa.

Causa das fortes chuvas

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Meteorologistas ouvidos pelo g1 explicam que as ocorrências catastróficas registradas nos últimos dias são resultado de pelo menos três fenômenos que afetam a região:

  • Um cavado, que é uma corrente intensa de vento, agiu sobre a região, o que fez com que o tempo ficasse instável;
  • Isso se somou a um corredor de umidade vindo da Amazônia, que aumentou a força da chuva;
  • O cenário foi agravado ainda mais por um bloqueio atmosférico, reflexo da onda de calor, que fez com que o centro do país ficasse seco e quente, deixando a chuva concentrada nos extremos.

Conforme explica o g1, essa condição climática começou no dia 26 de abril, quando o quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de tempestades para o Estado gaúcho. A previsão é de mais chuva e a tendência é que a situação piore.

O meteorologista explicou, ainda, que as mudanças climáticas impactam nessas ocorrências porque o calor da Terra e dos oceanos afetam a atmosfera e fazem com que os eventos tenham mais força. E o Sul do país tem condições que favorecem as tempestades nesta época do ano.

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