Após três anos consecutivos de recordes, Joinville registrou queda no número de mortes violentas. De acordo com levantamento feito pelo AN, até 10 de abril a cidade teve 28 casos. Ainda que elevado, o índice está 34,8% menor do que o computado no mesmo período do ano passado, quando houve 43. O número de 2018 é o menor desde 2014, quando, até abril, 17 pessoas foram vítimas.

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A delegada regional Tânia Harada aponta a solução dos crimes e o aumento do reforço nas operações policiais como os principais fatores que contribuíram para essa redução. Conforme ela, desde a estruturação da Delegacia de Homicídios (DH), ainda na gestão anterior, três delegados e cerca de 20 policiais foram deslocados para atuação específica nesse tipo de crime. A Polícia Civil ganhou reforços de equipamentos e de pessoal na gestão atual. Como resultado dessa mudança, o índice de resolução dos assassinatos aumentou em Joinville. Os casos esclarecidos passaram de 20% para 60%, de acordo com a delegada.

– Disso decorreu um aumento também no número de prisões efetuadas por crimes contra a vida, o que, evidentemente, desestimula a prática – explica Tânia.

O coronel Dirceu Neundorf, comandante da 5ª Região da Polícia Militar, lembra que nos últimos 45 dias houve ações para reduzir a incidência de mortes, como o deslocamento de efeito de outras regiões para Joinville e Florianópolis e a realização de operações planejadas, com barreiras e varreduras.

Dos 28 homicídios ocorridos no ano, todas as vítimas eram do sexo masculino. A faixa etária mais frequente é dos 19 aos 25 anos. Em uma análise geográfica, o levantamento demonstrou que neste início de ano os homicídios ocorreram de forma espalhada, em vários bairros. A localidade que mais registrou casos foi o Paranaguamirim, na zona Sul, com quatro homicídios.

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Mapeamento mostra perfil dos casos

Um mapeamento foi elaborado pelo Núcleo de Inteligência (Nint), ligado à Delegacia Regional e que traça o perfil das vítimas, de horários e locais em que mais ocorrem os crimes. Para a delegada Tânia Harada, este estudo pode auxiliar no trabalho da Polícia Civil, demonstrando causas e outros crimes que podem ter relação com a prática dos homicídios. O levantamento indicou, por exemplo, a ligação dos assassinatos com o tráfico de drogas e organizações criminosas.

– Isto faz com que a Polícia Civil direcione esforços, não apenas para o resultado da morte, mas também ao que diz respeito às causas – afirma a delegada.

A redução no número de assassinatos pode representar uma queda na criminalidade em Joinville, já que as práticas estão relacionadas. Segundo a delegada regional, os homicídios acabam “sendo um sintoma ou resultado decorrente do cometimento de outros delitos”. Assim, o reforço no combate ao tráfico de drogas, por parte da Polícia Civil e por meio de operações da Polícia Militar, reflete em uma redução do número de crimes contra a vida.

Diferente dos anos anteriores, até início deste mês não foram registradas mortes em decorrência de latrocínios (roubo seguido de morte). Já em abril de 2017, por exemplo, Valacir Veiga foi morto dentro de casa após um assalto. O inquérito policial do caso é um dos 90% dos crimes de latrocínio que foram esclarecidos pela Divisão de Repressão a Roubos da Divisão de Investigação Criminal (DIC).

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– Acredita-se que a responsabilização dos autores, aliada ao esforço de outras forças de segurança atuantes no município, tenham colaborado para a redução da prática de latrocínios – conclui.