Em 2023, 92 pessoas morreram engasgadas em Santa Catarina, conforme dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) do Estado. O número de óbitos representa um aumento 124% se comparado a 2022, quando 41 pessoas morreram desta causa.
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No ano passado, os idosos foram a maioria das vítimas, com 15 casos entre aqueles com idade entre 60 e 69 anos; 19 dos 70 aos 79; e 20 com 80 anos ou mais. O mesmo aconteceu no ano anterior, quando 24 dos que foram a óbito tinham de 60 a 80 anos ou mais. As crianças de de 0 a 4 anos também são vítimas recorrentes, com 14 casos registrados em 2023 e seis em 2022.
Com relação às regiões, em 2023, 14 pessoas morreram por engasgamento na Grande Florianópolis, 14 em Laguna e 11 em Foz do Rio Itajaí. Já em 2022, foram nove vítimas na Grande Florianópolis, cinco em Foz do Rio Itajaí e quatro na Carbonífera.
No total, no ano passado, o Corpo de Bombeiros Militar catarinense foi acionado para atender 546 ocorrências de obstrução das vias aéreas (Ovace). Já neste ano, até 8 de março, foram 108 atendimentos.
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Engasgamento em bebês: causas mais comuns e como agir
Segundo o tenente-coronel Henrique Piovezan da Silveira, a causa principal de obstrução do canal de respiração em recém-nascidos está relacionada à alimentação. Ele destaca que é bastante comum que bebês que ainda amamentam se engasguem com leite materno.
Caso ocorra, o socorrista orienta que a primeira coisa a se fazer é virar a criança de bruços e colocá-la com a cabeça mais baixa em relação ao tronco e o restante do corpo. Em seguida, colocar a barriga da vítima em contato com seu antebraço e o dedo indicador e médio na boca, para manter a abertura da via aérea.
— Na sequência, orientamos a dar tapas na região das escápulas, entre os ombros, bem no meio da linha central da coluna, fazendo movimento para baixo e para frente. Então, se for o leite, só o fato de apoiar e colocar nessa posição, o líquido vai escorrer — explica.
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O mesmo acontece com crianças maiores, que se engasgam com algum brinquedo ou outro objeto, por exemplo. A instrução é sempre fazer pressão na região da coluna para que o corpo estranho seja expelido.
Para evitar que casos assim ocorram, durante a amamentação, a dica é colocar o bebê em uma posição segura, com a cabeça sempre mais elevada em relação ao restante do corpo. Se durante o ato a criança der sinais que quer tossir, a orientação é parar e verificar se está tudo certo.
— Ainda falando de crianças, retirar todos os objetos pequenos que possam ser engolidos e ter sempre um adulto na supervisão — orienta o tenente-coronel Henrique Piovezan da Silveira.
Me engasguei e estou sozinho em casa: o que fazer?
Em adultos e idosos, os casos de engasgamento estão relacionados, principalmente, a alimentação. O tenente-coronel exemplifica que a situação pode acontecer quando a pessoa coloca um pedaço de alimento muito grande na boca, não mastiga direito e acaba engolindo na pressa.
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Para evitar ocorrências neste sentido, a orientação é sempre cortar bem os alimentos, fazer uma boa mastigação e com calma, “porque aquele segundo de bobeira pode ocasionar o engasgamento”, destaca o socorrista.
Caso a pessoa engasgada esteja sozinha em casa, orienta-se que, mesmo em uma situação de susto, mantenha a calma e comece a tossir. Em seguida, que apoie a região do umbigo na quina de uma cadeira e comece a fazer movimentos pra cima e pra baixo com o corpo, a fim de produzir uma pressão intra-abdominal para fazer com que o corpo estranho seja expelido.
Se estiver acompanhada, quem vai auxiliar a pessoa engasgada deve, com uma das mãos, abraçar a vítima por trás e, com a outra, de punho fechado, fazer movimentos pra dentro e pra cima, simbolizando a letra J, entre o umbigo e o local onde se unem as costelas no tórax.
— A orientação do Corpo de Bombeiros Militar sempre é tentar manter a calma nesse momento e já tentar treinar essa manobra previamente numa situação de normalidade. Mas, se não sabe o que fazer e como proceder, ligue para o 193 e coloca na viva-voz, que os nossos operadores da central vão orientar como proceder a manobra. E é importante, mesmo que desobstruiu, deu tudo certo, resolveu, ir até a unidade hospitalar pra ter uma avaliação de uma equipe de saúde — finaliza.
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