A causa da morte de um jovem de 21 anos neste domingo (15), no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville, será investigada pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen). O motivo é a possibilidade de o rapaz ter contraído Meningite ou Meningococcemia, uma infecção bacteriana potencialmente fatal.

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De acordo com o Hospital Regional, o paciente foi encaminhado do Pronto Atendimento Leste para a unidade hospitalar às 15h25 de sábado (14) e faleceu no dia seguinte, às 10h32, sem ter sido confirmado se ele estava com meningite.

Uma equipe médica realizou coleta de líquido da medula espinhal do paciente, na altura da coluna, nas vertebras lombares. O material foi encaminhado para um laboratório dentro do próprio hospital e para o Lacen, que deve confirmar ou não a infecção pela bactéria Neisseria mengitidis, que causa a doença.

A suspeita de Meningococcemia (mais severa) foi levantada pelos médicos porque o garoto possuía manchas pelo corpo e febre, além de características típicas da infecção por Meningite. O material será encaminhado até esta terça-feira para o laboratório central.

De acordo com o infectologista Marcelo Mulazoni, do Hospital Regional, a Meningite é uma inflamação da meninge (membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal) e se restringe apenas ao sistema nervoso central. Já a Meningococcemia pode ou não estar relacionada à Meningite, causada pelo mesmo agente bacteriano, mas que se dissemina por todo o organismo. Neste diagnóstico, o índice de mortalidade é alto e pode chegar a 50% dos casos.

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— Se a pessoa (com Meningococcemia) demora a procurar auxílio médico, a cura se torna mais difícil, não porque não exista tratamento, mas devido a severidade da bactéria. Então, quanto mais tardiamente começa o atendimento, mais alterações no organismo são provocadas pela ação da Neisseria mengitidis — explica.

Ainda segundo o especialista, em casos de suspeita de Meningite, por exemplo, mesmo enquanto o resultado confirmatório – costuma levar de três a cinco dias, em média – o tratamento indicado já se inicia imediatamente. Em caso de negativo, a sequencia pode ser suspendida e busca-se um novo diagnóstico.

Entenda o que é a meningite, suas características e tratamento indicado, de acordo com o Ministério da Saúde:

O que é? A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causado por diversos agentes infecciosos como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. As meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, devido sua magnitude, capacidade de ocasionar surtos e, no caso da meningite bacteriana, a gravidade dos casos.

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Quais os sintomas? Os principais sinais e sintomas são: febre, dor de cabeça, vômitos, náuseas, rigidez de nuca e/ou manchas vermelhas na pele.

Como ela é transmitida? Em geral, a transmissão é de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. A transmissão fecal-oral é de grande importância para a meningite viral, principalmente, nas infecções por enterovírus.

Como prevenir? Além da ida rápida aos serviços de saúde ao se perceber os sinais e sintomas sugestivos de meningite, a prevenção da doença conta com a quimioprofilaxia dos contatos próximos e a vacinação. A quimioprofilaxia está indicada somente para os contatos próximos dos casos suspeitos de Doença Meningocócica e meningite por Haemophilus influenzae tipo b. Outras formas de prevenção incluem: evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos. A vacinação é considerada a forma mais eficaz na prevenção da doença, e as vacinas contra as bactérias são sorogrupo ou sorotipo especificas.

Qual o tratamento? O tratamento é feito de acordo com a causa da meningite diagnosticada pelo médico, variando desde o tratamento para alívio dos sintomas (nas meningites virais e traumáticas) até a antibioticoterapia (nas meningites bacterianas, fúngicas e eosinofílicas) – administrada por via venosa por um período de 7 a 14 dias, ou até mais, dependendo da evolução clínica e do agente etiológico.

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No caso da meningite bacteriana, o tratamento com antibiótico deve ser instituído tão logo seja possível, preferencialmente logo após a punção lombar e a coleta de sangue para hemocultura. O uso de antibiótico deve ser associado a outros tipos de tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência.

A precocidade do tratamento e diagnóstico são fatores importantes para o prognóstico satisfatório das meningites. Quanto mais rápido o atendimento médico, maiores as chances de uma boa recuperação do paciente, reduzindo o risco de óbito ou sequelas (paralisia dos membros, perda auditiva, perda da visão, etc).

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