O conflito que terminou com a morte de uma pessoa e deixou mais de 200 indígenas desabrigados em uma aldeia de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, dura mais de 30 dias, segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A coordenadoria regional afirma, ainda, que entre os envolvidos estão adolescentes. A suspeita é de que divergências políticas internas tenham motivado as agressões. 

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De acordo com Adroaldo Antônio Fidelid, coordenador regional da Funai no Oeste do Estado, equipes atuam desde domingo para mediar o conflito. A briga começou por conta do resultado das eleições para cacique, ocorridas em 2022, e ocorreu durante uma festa na aldeia, envolvendo o atual grupo e opositores.

— O que temos feito é tentar mediar o conflito para que não ocorra mais violência dentro da comunidade. Há uma rivalidade lá dentro em relação a disputa do poder, que ocorre há mais de 30 dias e vem se arrastando […]. Esse grupo opositor ao atual cacique demonstra que não há negociação e não abre mão que ele seja destituído do cargo — explica.

Após morte em aldeia e casas incendiadas, indígenas são levados para abrigo em SC

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Adroaldo explica que a Funai não tem autonomia para interferir na escolha, já que é uma questão interna, mas tem a função de preservar a harmonia do local. Conforme a prefeitura de Chapecó, mais de 200 pessoas foram levadas a um abrigo, montado no Ginásio Municipal Ivo Silveira, após o conflito. Ainda não há previsão de quando elas vão retornar à aldeia.

— Alguns dos envolvidos são menores de idade. Inclusive, a maioria se fez presente nesse conflito. E há uma preocupação maior para gente porque tinham idosos que presenciaram o conflito. Precisamos tentar entrar em um consenso entre eles para evitar uma catástrofe lá dentro — pontua.

Nesta segunda-feira, a Funai irá reportar o caso para equipes de Brasília, além de realizar encontros para negociação entre as partes. A Polícia Federal e a Polícia Militar seguem monitorando o local.

Entenda o caso

O conflito ocorreu na manhã deste domingo (16), na Aldeia Condá, localizada a 15 quilômetros de Chapecó.  Uma festa ocorria na aldeia quando indígenas de um grupo opositor ao atual foram até o espaço, o que deu início a uma briga generalizada.

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Durante a confusão, 17 casas e cinco veículos foram incendiados. Ao menos 11 pessoas ficaram feridas e uma foi morta. O nome da vítima não foi divulgado. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, houve troca de socos, pontapés, pedradas e uso de arma de fogo.

Além da PM, as polícias Civil e Federal também estiveram no local. Um inquérito foi aberto para confirmar as causas do crime e identificar os autores.

*Com informações da repórter Andrielli Zambonin, da NSC TV Chapecó

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