Em 13 anos e sete dias o Vale do Itajaí assistiu a 1.471 mortes na BR-470. O nome mais recente na lista de vítimas da rodovia foi escrito às 19h50min de segunda-feira, quando Caio Vinícius Ody Bernardes, 37 anos, morreu no Km 14,1 ao bater em uma carreta que vinha no sentido contrário, do Vale para o litoral. Caio é irmão de Napoleão Bernardes, prefeito de Blumenau. Ainda que não seja pessoa pública, a 1.471ª tragédia familiar causada por um acidente no trecho traz à tona questões que interessam a pelo menos mais 532 mil moradores das cinco cidades por onde as obras de duplicação da BR-470 devem passar nos próximos quatro anos.

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O trecho em que Caio morreu faz parte do Lote 1 da rodovia. O trajeto entre os quilômetros zero e 18,6, que vai de Navegantes a Ilhota, aguarda a assinatura da ordem de serviço para que as obras de duplicação sejam iniciadas. Se as mudanças na BR-470 já estivessem prontas, o trecho onde Caio Bernardes morreu teria um canteiro central ou, como diz o projeto básico do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), teria um “elemento separador composto de canteiro central com 10,40m de largura”. A barreira entre pistas é um mecanismo que, segundo o chefe da 4ª Delegacia Metropolitana da Polícia Rodoviária Federal, Antonio Carlos Stanislau Afonso Cunha, ajudaria a reduzir acidentes com colisões frontais e laterais, que somam 1,7 mil registros com 73 mortes entre 2011 e 2013 na BR-470 _ o que corresponde a 23% do total de acidentes e à metade do total de mortes _ somente no trecho que receberá a duplicação.

_ Quando a pista é dupla, geralmente há uma barreira entre os sentidos. Ainda que os canteiros não defendam tanto quanto aqueles muros, eles geralmente têm guard rails. E uma separação física entre os sentidos de trânsito da rodovia dificulta a ocorrência deste tipo de acidente.

Através da assessoria de comunicação, o Dnit confirmou os canteiros centrais do projeto de duplicação do Lote 1 da BR-470, que deverá ser feito pelo consórcio Azza/Sogel. Ainda que a contratação desta empresa responsável pelas obras no trecho tenha sido concluída em 10 de setembro de 2013, o Dnit não prevê uma data para assinatura da ordem de serviço. Apenas cita que a etapa deve ocorrer em janeiro e que não definiu se haverá alguma solenidade como houve quando foram autorizadas as obras nos lotes 3 e 4, trechos que vão de Gaspar a Blumenau e de Blumenau a Indaial, respectivamente.

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