A morte de uma pata que vivia no lago central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) causou comoção e revolta na comunidade universitária. A notícia foi compartilhada nessa quarta-feira (13), no Instagram Aves da UFSC, que registra imagens dos animais que vivem no Campus Trindade. Apelidada de Lola, a ave era mãe dos patinhos que sumiram em outubro, supostamente vítimas de predadores.

Continua depois da publicidade

Siga as notícias do NSC Total pelo Google Notícias

A postagem, escrita pelo administrador do perfil, o livreiro Lauro Voltolini de Almeida, diz que Lola estava sumida desde o início da semana. Na terça (12), Lauro descobriu que ela havia sido mordida por um lagarto e encaminhada a um veterinário.

“Porém, hoje fui informado que infelizmente os ferimentos da Lola levaram muito tempo para serem cuidados e que ela acabou não resistindo”, segue o texto. “A Lola vai deixar saudades. Ela era uma patinha muito carinhosa e lutou muito pela vida dela e dos patinhos que ela teve. Quem frequenta diariamente o lago central da UFSC sabe a felicidade que é ficar uns minutinhos observando eles simplesmente vivendo e não incomodando ninguém.”

Veja fotos de Lola e de seus filhotes

Continua depois da publicidade

O professor Guilherme Brito, do Laboratório de Ornitologia e Bioacústica Catarinense (Laboac), diz que Lola foi mordida por um lagarto da espece Taiú, que não costuma predar patos adultos, mas filhotes e ovos, sim.

— O que provavelmente aconteceu foi que a pata tentou afugentá-lo quando ele apareceu e ele se defendeu mordendo — diz ele, sobre o caso.

Indignação

Os patos da espécie de Lola são domésticos e foram deixados na UFSC sem autorização da universidade. Na postagem que noticia a morte de Lola, a comunidade cobra a instituição por uma formalização dos cuidados aos animais do campus.

“Esses patos foram colocados ali sem muitos ‘planos’ e organização. O pessoal que gosta dos patinhos faz o possível para cuidar e alimentar eles, mas sem um trabalho organizado os patos vão estar sujeitos a esse tipo de coisa”, diz a postagem.

Continua depois da publicidade

Uma servidora da UFSC que acompanhou os últimos dias de Lola revelou que tentou obter ajuda da universidade para capturá-la e levá-la a um veterinário particular, mas não obteve sucesso.

“Quinta feira passada foram inúmeras tentativas de pedido de ajuda: Gestão ambiental da UFSC = nada; prefeitura da UFSC= nada; polícia ambiental= nada; Cetas= nada; bem-estar animal do município= nada…”, comentou. “Fica aqui nossa indignação, infelizmente, com nossa querida UFSC, que deixa de olhar com a devida atenção aos animais do lago”.

Para o professor Guilherme, não se pode falar em negligência da UFSC.

— Os patos domésticos foram deixados num local onde há profusão de animais selvagens, inclusive predadores, e encontros acontecem. Quem deixou as aves ali e cuida delas tem que saber desse risco. Todos conhecemos casos de pintinhos atacados por gavião ou invasão de galinheiro por raposas, por exemplo.

O NSC Total entrou em contato com a UFSC, mas a universidade disse que ainda estava avaliando um posicionamento. O espaço segue aberto.

Continua depois da publicidade

Leia também

Restaurante de Criciúma conquista a internet ao divulgar cardápio de forma divertida

VÍDEO: Bombeiros retomam buscas pelo poeta desaparecido em Florianópolis nesta quinta-feira