A Polícia Civil já tem os primeiros suspeitos na investigação sobre a morte da técnica em enfermagem Yara Filomena Werner da Silva, de 46 anos, que teve seu corpo carbonizado e encontrado em Florianópolis na manhã de segunda-feira (4), seis dias após ter desaparecido.
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Os nomes são investigados agora pela Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, que colhe novos depoimentos nesta quarta (6), processo que foi iniciado no dia anterior. O delegado à frente do caso, Ênio Mattos, afirmou, no entanto, que não houve pedidos de prisões temporárias até aqui e não revelou quem são ou qual o perfil dos suspeitos.
O telefone celular de Yara, com o qual ela estava no dia de seu desaparecimento, ainda não foi encontrado. À reportagem, Mattos afirmou que ele também pode ter sido queimado pelo autor do crime — não foram encontrados, no entanto, eventuais restos do aparelho nem qualquer outra prova material sobre o caso, segundo o delegado.
Mattos não confirmou, ainda em contato com a reportagem, se o então companheiro de Yara está entre os possíveis culpados pelo crime. Em dezembro de 2018, a técnica em enfermagem foi orientada pela polícia a pedir medida protetiva contra ele ao registrar um boletim de ocorrência (BO), o que ela, contudo, não levou à frente.
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O registro era parte de quase 30 ocorrências envolvendo Yara, que foram identificadas quando o sumiço da técnica em enfermagem ainda era investigado pela Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas (DPPD). Eles tratavam de situações diversas, o que incluía ameaças, crises familiares e conflitos domésticos, com o atual e ex-companheiros.
Os boletins passaram a ser revisados pela investigação de homicídios quando a hipótese de desaparecimento foi refutada, há dois dias, após a Polícia Militar, acionada por um funcionário de um condomínio ainda não habitado no bairro do Itacorubi, ter encontrado o corpo de Yara carbonizado no meio de um matagal.
Antes mesmo da vítima ser identificada, o que exigiu do Instituto Geral de Perícias (IGP) um exame pela arcada dentária, já que não era possível sequer reconhecer o gênero do corpo, a DPPD já havia deixado a equipe que apura homicídios de sobreaviso, por entender que o perfil de Yara não indicava um desaparecimento por vontade dela própria.
Yara era uma profissional ativa no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), onde atuava desde 2006, e uma mãe muito apegada aos três filhos — uma menina, de sete anos, e dois meninos, de 12 e 14 anos, este último portador de paralisia cerebral.
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Para entender o perfil dela, a DPPD passou a conversar com familiares e colegas de trabalho da vítima, de maneira também informal, na última quinta (31), quando foi registrado o suposto desaparecimento pela família. Yara havia saído de casa na tarde de segunda (29) para ir ao trabalho, segundo familiares relataram à polícia, mas não chegou a aparecer no local desde então.
Na manhã de terça (5), a família comunicou que o corpo não seria velado, apenas sepultado no Cemitério Municipal Itacorubi São Francisco de Assis em cerimônia a partir das 11h30. No mesmo dia, o Colégio de Aplicação da UFSC, onde os filhos de Yara estudam, suspenderam as aulas em manifestação de luto.
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