O assassinato da agente penitenciária Deise Alves, 30 anos, completou dois anos neste domingo sem que os acusados tenham sido levados a julgamento pela Justiça, em São José, na Grande Florianópolis. Três réus estão foragidos.

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O crime é todo vinculado pela polícia a uma ação da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC), em retaliação ao corte de regalias promovido na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, local em que ficavam os líderes do bando. Deise era mulher do então diretor da prisão, Carlos Alves, e foi executada por engano no lugar do marido.

O processo tramita na 1ª Vara Criminal e ainda não teve proferida a sentença de pronúncia, em que o juiz determina ou não a submissão dos acusados a julgamento perante o Tribunal do Júri. O que teve até agora foram as audiências de depoimentos dos réus.

A movimentação eletrônica no site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina diz que está nas alegações finais e que houve devolução sem cumprimento de uma carta precatória de Brasília para o depoimento do ouvidor nacional de direitos humanos como testemunha de defesa.

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O juiz Otávio Minatto, da 1ª Vara Criminal, afirmou ao DC recentemente que o processo se protelou em razão da tentativa de ouvir essa testemunha, mas que agora deverá ser dada a sentença de pronúncia. Depois, ainda haverá possibilidade de recurso e por isso o julgamento não deverá acontecer em breve.

A última decisão judicial concedeu liberdade a cinco réus apontados pela polícia como executores, o Ministério Público de Santa Catarina recorreu e ainda não houve julgamento do recurso.

Segundo a Polícia Civil, estão foragidos da Justiça três réus: Rafael de Brito, o Shrek, Oldemar da Silva, o Mancha (não retornou a saída temporária da prisão) e Fabrício da Rosa, que teve prisão decretada em outro processo para execução de sentença.

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Ainda estão presos os líderes do PGC e, segundo a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), os mandantes da morte, que são Evandro Sérgio Silva, o Nego Evandro, Rudinei Ribeiro do Prado, o Derru, Adílio Ferreira, o Cartucho, e Gian Carlos Kazmirski, o Jango.

Os quatro estão em prisões federais por envolvimento com os atentados a ônibus e a policiais no Estado.

O crime e os atentados

Deise foi morta na noite de 26 de outubro de 2012, uma sexta-feira. Três homens, em uma moto e em um carro seguiram o Mégane preto de Carlos Alves até a residência dele. Quando o veículo estacionou, na frente da casa de um familiar, às 21h, no Bairro Roçado (Rua João Fernando Pereira), a agente Deise Alves desceu e foi baleada.

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Após o assassinato, os presos do PGC ordenaram onda de atentados nas ruas em uma suposta retaliação a tortura que dizem ter sofrido na Penitenciária de São Pedro de Alcântara.