O Morro do Boa Vista é um dos exemplos na área urbana onde a concentração de ciclistas está elevada em Joinville. O trajeto de pouco mais de dois quilômetros fica na Rua Pastor Guilherme Ráu, no Saguaçu, que, sozinha, teve sete ações de resgate a ciclistas no ano passado pelo Corpo de Bombeiros, bem como outros dois desde janeiro. O local é utilizado tanto por profissionais quanto amadores do esporte.

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Em um caso não notificado, presenciado pela reportagem do A Notícia em um final de semana, o fator decisivo para o acidente foi a alta velocidade na descida do Mirante. Na ocasião, o jovem estava sem capacete e perdeu o controle da bicicleta, colocando em risco sua integridade física e também a dos pedestres que faziam o percurso a pé. Por sorte, foi somente o susto.

Conforme Márcio Ricardo Kopp, que dirige o projeto Joinville Ciclismo, a discussão relacionada ao ponto turístico e à segurança dos ciclistas e da população que frequenta o local não vem de agora. Ele explica que o lugar serve para treinar subida, por ser mais seguro, mas muitos utilizam o espaço para praticar descida, mesmo sem terem experiência.

— Há, ainda, os que sobem empurrando a bicicleta e descem em alta velocidade, sem o uso de equipamentos de segurança. É um risco não só para eles, mas para quem está a pé fazendo exercícios — aponta.

Na opinião de Almir Antônio Krein, idealizador do Like Team Joinville, é preciso consciência dos ciclistas e respeito aos limites de velocidade impostos pelos agentes de trânsito, de até 20 km/h no morro. Segundo ele, os ciclistas que competem e precisam usar o espaço para treinar não podem ser penalizados por quem desrespeita o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). No entanto, quando constatadas irregularidades como a falta de equipamentos e descidas acima do limite permitido é preciso ação de orientação e controle por parte dos órgãos de trânsito.

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— Na descida do Mirante colocamos faixas pedindo respeito aos pedestres que estão subindo a pé, mas existem aqueles que descem a 40 km/h, 50 km/h e isso é extremamente perigoso. Não é preciso provar que é bom de corrida no morro, isso você faz em uma competição e, se for bom, sobe ao pódio e conquista uma medalha — defende.