Morreu, aos 81 anos, o músico e compositor Ari dos Santos, um dos fundadores do Grupo Terno de Reis Estrela do Oriente, em Indaial. Conhecido por ser uma pessoa alegre e divertida, ele enfrentava um câncer no pulmão desde julho de 2023 e, na noite desta sexta-feira (11), não resistiu às complicações da doença.

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A partida abalou familiares e amigos, mas também trouxe à tona um pouco da história do homem que tinha a melodia das canções que ele tocava correndo pelas próprias veias.

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É o que conta uma das filhas de seu Ari, Karina Jacques, que relembra a trajetória do pai com carinho e nostalgia. Nascido em Rio do Sul, ele se mudou para Indaial ainda na infância e não quis deixar a cidade desde então.

Na juventude, aprendeu sozinho a tocar violão e se destacava na família por ser autodidata, como relata Karina. Daquele período em diante, o instrumento musical virou um verdadeiro companheiro para seu Ari que, mesmo com o avançar da idade, continuou a dedilhar alguns versos durante todas as noites, em casa.

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— Sabe aquela pessoa que todo mundo gosta? Sempre fez o bem e era muito fácil de lidar com ele. Fazia muitas brincadeiras, adorava crianças. E elas também eram doidas por ele. Além de ter sido um “paizão”. Foi o melhor que eu poderia ter tido — comenta a filha.

Seu Ari com a esposa, Erodites, e as filhas, Alessandra Santos, Ariane Santos e Karina Jacques (Foto: Arquivo pessoal)

Por mais de 25 anos, seu Ari liderou os Encontros de Terno de Reis organizados durante as celebrações de Natal da Fundação Indaialense de Cultura (FIC). Até 2022, ele continuou participando das apresentações do grupo “Estrela do Oriente”, que existe há quase três décadas.

Depois que descobriu o câncer no pulmão, no entanto, seu Ari não conseguiu mais comparecer aos ensaios do Terno de Reis de Indaial. O homem chegou a fazer tratamento oncológico, mas teve de interromper as sessões por ficar ainda mais debilitado com os medicamentos fortes, conforme conta Karine.

Nas últimas duas semanas de vida, seu Ari também parou de falar e andar, o que levou a família à decisão de interná-lo no Hospital Santo Antônio, em Blumenau. Segundo os médicos, a doença já estava em fase terminal.

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Seu Ari morreu por volta das 23h30min desta quinta-feira (11). Ele deixa três filhas, três netos e uma esposa — com quem foi casado por mais de 40 anos. Era com a companheira, inclusive, que ele dividia um hobby herdado da época em que trabalhou com tecelagem, profissão que o acompanhou em paralelo à carreira de músico.

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Juntos, ele e a esposa, dona Erotides Jacques, produziam estopas — parte mais grossa do linho que é descartada e usada, geralmente, para a limpeza. Era assim, na companhia um do outro, que os dois aproveitavam o tempo livre desde que se aposentaram, segundo Karina.

“Seu legado será sempre lembrado e sua falta será sentida por todos aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-lo. A sua dedicação e amor pela cultura popular foram fundamentais para a cultura de nossa cidade”, também destacou a Fundação Indaialense de Cultura (FIC) em uma publicação nas redes sociais.

O sepultamento de Ari dos Santos ocorre neste sábado (13), a partir das 9h, no Cemitério Municipal de Indaial.

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*Sob supervisão de Augusto Ittner

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