Faleceu na noite desta sexta-feira (24), a presidente do Partido dos Trabalhadores de Florianópolis, Schirlei Azevedo. Ela tinha 53 anos e lutava contra um câncer que descobriu em fevereiro.
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Natural de Florianópolis, era atual presidente do PT da Capital e uma das principais militantes feministas do partido. Filiada desde 1988, trabalhou na área das telecomunicações, onde chegou a presidir o Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing e disputou como candidata a vereadora as eleições municipais de 2004 e 2008. Também trabalhou por muitos anos como assessora na liderança da bancada do PT na Assembleia Legislativa.
Foi uma das fundadoras do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Urbanas SC (MMTU) e defensora das bandeiras feministas. Schirlei também fazia parte do Coletivo de Formadoras da Escola Nacional de Formação do PT da Secretaria Nacional das Mulheres e da Escola Perseu Abramo nos temas mulheres e feminismo.
Na nota assinada pelo presidente do PT em Santa Catarina, Décio lima, ele lembra o legado de Schirlei na luta pelos menos favorecidos e pelas mulheres.
— Com seu jeito amável e generoso, lutava incansavelmente para que as mulheres tivessem voz e espaço no mundo, assim como ela conseguiu ter. Compartilhava seus saberes e sempre estava disposta a ajudar. Mulher, feminista e extremamente dedicada nos deixa um belo legado que sem dúvida será seguido por todos que acreditam que mundo melhor é possível. O Partido dos Trabalhadores de SC lamenta profundamente sua prematura partida e manifesta condolências a familiares, companheiras, companheiras especialmente a sua mãe Sueli, seus filhos Matheus, Thiago e Rodrigo e sua paixão, a neta Sophia.
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Militância e as amizades que ficaram
A luta feminista também foi lembrada pela amiga e ex-colega de trabalho Lucimara Cardozo.
— A Schirlei era uma mulher de coração puro e valente. Nunca mediu esforços para ajudar as pessoas e fazia isso sem querer nada em troca. Quando comecei a trabalhar na Alesc ela me acolheu e com aquele sorriso largo foi me ensinando muito sobre a luta das mulheres, sobre nossos direitos e como podemos fazer para conquistar nosso espaço na sociedade. Ela dizia que eu não deveria ter medo de enfrentar o mundo e viver intensamente cada segundo da vida. Acredito que ela fez isso! Vai fazer falta pra mim e para todas as mulheres que tinham ela como referência na causa feminista, lamenta.
Para Babyton Santos, educador popular que esteve junto com Schirlei em muitos momentos na luta e militância social, a cidade perde um importante nome.
— Foi uma grande referência em lutas históricas na vida da cidade e entendia que militância também se costurava por uma rede afetos. Impossível não lembrar de suas contribuições políticas recheadas de sabedoria e doçura. Sabia como poucas figuras conjugar comprometimento político e ternura durante a militância. Florianópolis perde uma grande liderança, eu perco uma grande amiga.
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O velório ocorre no cemitério Jardim da Paz, mas é fechado ao público devido às restrições por conta da pandemia de coronavírus.