O dissidente cubano Oswaldo Payá, de 60 anos, que se converteu num dos mais conhecidos opositores do governo da ilha, morreu neste domingo em um acidente de trânsito em Bayamo, no leste da Ilha, informaram opositores e o governo da ilha.
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– Está confirmado que faleceu, fomos ao hospital e um oficial nos mostrou sua carteira de identidade – disse o padre Manuel González, da diocese de Bayamo-Manzanillo.
Junto com Payá, morreu também Haroldo Cepero, informaram as autoridades cubanas. O acidente teria acontecido em La Gavina, nos arredores da cidade de Bayamo, a uns 800 km a leste da Capital.
Um espanhol e um sueco também estariam no carro, e ficaram feridos. O Centro Internacional de Imprensa, órgão subordinado ao Ministério das Relações Exteriores, o motorista do carro teria perdido o controle e se chocado contra uma árvore.
Biografia
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Engenheiro e especialista em aparelhos eletro médicos, Payá ganhou notoriedade internacional em maio de 2002, quando nas vésperas da chegada do ex-presidente americano Jimmy Carter a Cuba entregou ao Parlamento da Ilha um documento com 11.020 assinaturas apoiando o “Projeto Varela”, uma iniciativa para mudanças na Ilha.
Payá recebeu, também, o Prêmio Sakharov de direitos humanos concedido pelo Parlamento Europeu em 2002 e liderava em Cuba o Movimento Cristão de Libertação (MCL).
O projeto foi rejeitado pela Assembleia Nacional, mas Payá prosseguiu com esta e outras iniciativas que lhe valeram em 2002 o Prêmio Democracia, do partido democrata dos Estados Unidos, e o Sakharov, do Parlamento Europeu.
Payá era casado com Ofelia Acevedo, com quem teve três filhos.
Apesar de jamais ter sido preso na Ilha por sua atividade opositora, boa parte dos 75 dissidentes detidos na primavera de 2003 eram seguidores de Payá no MCL (fundado em 1988).
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Payá “foi uma pessoa que contribuiu com a democratização de Cuba com sua entrega à causa”, destacou o dissidente Guillermo Fariñas.