O presidente do Malauí, Bingu wa Mutharika, morreu nesta sexta-feira aos 78 anos, depois de sofrer um ataque cardíaco na quinta-feira.
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_ Faleceu pouco depois da meia-noite, após duas horas de tentativas de reanimação _ afirmou um funcionário do hospital da capital Lilongwe.
O corpo foi levado para a África do Sul para ser embalsamado.
De acordo com a Constituição, o governo deve ser assumido pela vice-presidente Joyce Banda, que ficará à frente do país mais pobre da África austral até as eleições de 2014, mas, por ora, o silêncio oficial do governo cria um visível suspense sobre a sucessão.
A empobrecida nação africana passou a madrugada desta sexta-feira mergulhada em todo tipo de boatos depois do ataque cardíaco sofrido pelo presidente, que foi levado para um hospital onde os médicos não conseguiram reanimá-lo.
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Uma rádio local chegou a informar que Mutharika teria sido levado para a África do Sul para ser embalsamado, mas os jornalistas presentes no aeroporto de Lilongwe informaram que foram desalojados do terminal aéreo antes de ver o avião decolar.
Essa falta de informação é vista como uma tentativa do governista Partido Democrático Progressista para evadir-se da questão sucessória. A questão é que Joyce Banda foi excluída do partido por Mutharika, que teria escolhido seu próprio irmão para sucedê-lo.
A exclusão de Banda incomodou a muitos, que viram nisso uma tentativa de Mutharika concentrar o poder.
Ex-economista do Banco Mundial, Mutharika chegou ao poder em 2004 e foi reeleito com enorme maioria em 2009. Seu prestígio, no entanto, começou a cair por suas constantes tentativas de controlar a mídia e blindar seu governo de qualquer crítica.
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Seus conflitos com países doadores e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) acabaram por afetar a economia de um país dependente da ajuda externa e com escassez de reservas.
Em julho passado, as frustrações populares explodiram em manifestações de ruas, que a polícia reprimiu causando a morte de 19 pessoas. Em março, uma ampla coalizão de grupos sociais pediu a Mutharika que renunciasse.
A questão da sucessão não será de fácil solução, já que qualquer tentativa de contornar a Constituição enfrentará resistência de vários setores da sociedade, segundo os analistas.