O jornalista David Coimbra morreu nesta sexta-feira (27), em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Aos 60 anos, ele estava internado por conta de um câncer descoberto há quase 10 anos. David deixa a esposa e o filho de 13 anos.
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Formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), David trabalhou como assessor de imprensa da Livraria e Editora Sulina antes de dar início à carreira de repórter e editor. Teve publicações em jornais como Correio do Povo, Diário Catarinense, Jornal de Santa Catarina, Jornal da Manhã e Jornal NH, além das rádios Eldorado e Guaíba e também da RCE TV, listou o g1 RS.
Nos anos 1990, assumiu como editor de Esportes de Zero Hora. Cobriu a Seleção Brasileira, e foi na Copa de 1998 que estreou a faceta que o tornou mais conhecido: a de cronista. Atualmente, David escrevia uma coluna diária no jornal Zero Hora e participava dos programas Timeline e Sala de Redação, na Rádio Gaúcha. No extinto canal TV Com, era membro frequente dos programas Bate-Bola e Café TV Com.
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A luta contra o câncer
Coimbra tratava a doença desde 2013, quando descobriu o tumor já em estágio avançado no rim esquerdo. No mesmo ano, o jornalista teve a notícia de que o câncer havia se espalhado de forma silenciosa, através de metástase óssea, para outras três partes do corpo. No entanto, uma cirugia para tirar o órgão aliada aos tratamentos não foram suficientes para uma melhora significativa e Coimbra precisou ir aos Estados Unidos para dar continuidade à luta contra a doença.
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Lá, ele conseguiu fazer parte de um estudo clínico que testava imunoterapia, quando o paciente recebe uma droga que ativa o sistema imunológico com o objetivo de combater o câncer. O jornalista respondeu de forma ótima para esse tratamento.
Em 2018, chegou a lançar o livro “Hoje eu venci o câncer”, em que contou quais métodos o ajudaram na luta contra o câncer. Para fazer tratamento experimental, ia com frequência a Boston, nos Estados Unidos.
No último domingo (22), foi internado em um hospital de Porto Alegre por conta da doença.
Publicações
Além da atuação como jornalista, é autor dos romances “Canibais – paixão e morte na Rua do Arvoredo” (2004) e “Jô na estrada” (2010), além dos livros de ensaios históricos “Jogo de damas” (2007) e “Uma história do mundo” (2012), das coletâneas de crônicas “Mulheres!” (2005) e “Um trem para a Suíça” (2011), entre outros.
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A cerca de 10 dias, Coimbra escreveu uma crônica sobre os últimos meses em que vinha tendo novos problemas de saúde. O jornalista transformou uma rotina complicada em um texto intitulado de “Quando Quis Morrer”. Na crônica, ele revive momentos de dor e fala sobre o carinho de tantas pessoas durante essa luta. David chega a dizer que foi o amor recebido que fez com que ele pudesse viver de bom com a vida.
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“Amo viver, amo a vida e sempre amarei. Mas não estava sendo recíproco. Então, de que adianta estar vivo se não posso fazer nada do que gosto? Uma vida repleta de dor, incômodos e humilhações? Era isso que havia para mim? Não, não, preferia uma morte rápida e suave”, escreveu ele conforme o que divulgou a RBS em nota.
Nota do Hospital Moinhos de Vento
Pela manhã, o Hospital onde o jornalista estava internado escreveu uma nota informando sobre o falecimento de Coimbra, publicada pelo g1. Veja na íntegra.
O Hospital Moinhos de Vento informa com pesar o falecimento do jornalista David Coimbra, nesta sexta-feira (27), aos 60 anos, em decorrência de complicações em função de um câncer renal. Ele estava internado na instituição desde o dia 22 de maio e, na última quinta-feira, foi encaminhado ao Centro de Terapia Intensiva.
Jornalista, radialista, escritor e cronista, foi um dos autores mais reconhecidos do Rio Grande do Sul. Com passagens por diferentes redações do Sul do país, assinou obras literárias, cronista, apresentador, conquistou prêmios e sempre foi um querido amigo dos colegas.
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David deixa a esposa, Marcia Camara, e o filho, Bernardo. E também deixa como legado uma marca indelével na crônica gaúcha, inspirando gerações de leitores.
O grupo RBS, emissora onde o jornalista
trabalhou nos últimos dias, também se pronunciou sobre a sua morte. Segundo o que informou a empresa, ele se afastou do trabalho em fevereiro e retomou no dia 16 de maio, há 11 dias.
O presidente do Grupo, Claudio Toigo, lamentou a perda de Coimbra.
– Além de um dos jornalistas mais brilhantes do nosso Estado, David foi um colega que sempre compartilhou com todos nós a sua inteligência e o seu humor irreverente, trazendo leveza até para os temas mais áridos da cobertura. Uma empresa de comunicação é bem-sucedida a partir da soma dos seus talentos. E, com certeza, David faz parte do grupo de jornalistas que ficarão para sempre na história não só da RBS como do jornalismo gaúcho.
“Na RBS, David trabalhou em diferentes áreas da empresa. Além de ter exercido o cargo de editor-executivo na editoria de Esportes em Zero Hora e de ter escrito textos sobre Grêmio e Inter para o jornal, publicou crônicas e colunas sobre outros diferentes temas, como religião, política, economia ou hábitos do cotidiano. Na Gaúcha, integrou o programa Sala de Redação e comandou o Timeline, ao lado dos colegas Kelly Matos e Luciano Potter. O comunicador acumula 10 premiações, como Esso de Reportagem, ARI, Direitos Humanos, Habitasul de Literatura, Erico Verissimo de Literatura, Açorianos de Literatura, entre outros.
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David também deixa um legado como intelectual, com duas dezenas de obras publicadas” escreveu a empresa.
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