O ex-ministro Luiz Gushiken morreu no início da noite desta sexta-feira. Ele tinha 63 anos e estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em estado grave, por causa de um câncer.
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Com carreira de bancário e atuação sindical, ele foi um dos fundadores do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) o absolveu de acusação por envolvimento no mensalão.
Nascido em Osvaldo Cruz (SP) em 8 de maio de 1950, Gushiken tornou-se escriturário do Banco do Estado de São Paulo (Banespa) em 1970. Doze anos depois, assumiu como secretário-geral do sindicato dos bancários e, em 1985, virou presidente da categoria.
Em 1980, participou da fundação do PT e, em 1983, da CUT. Foi eleito deputado federal em São Paulo em 1986. No ano seguinte, assumiu uma cadeira de deputado no Congresso Constituinte, que promulgou a Constituição de 1988.
Gushiken tornou-se presidente nacional do PT e coordenou a campanha de Lula à Presidência em 1989. Reeleito deputado federal em 1994, desistiu de disputar novo mandato em 1998 para coordenar outra campanha de Lula.
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Em 2002, após a vitória do PT nas eleições presidenciais, assumiu como coordenador-adjunto da equipe de transição e foi nomeado ministro da Secretaria de Comunicação de Governo.
O ex-ministro foi acusado, em 2005, por envolvimento no mensalão. Gushiken negou as acusações pelo crime de peculato. Mas deixou a Secretaria de Comunicação e perdeu o status de ministro, assumindo a função de chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos.
Já em 2008, com uma crise de angina, colocou um stent no coração no hospital Sírio-Libanês. Em 2012, foi inocentado da acusação no mensalão pelo STF.
Internado em estado grave por causa de um câncer, mas lúcido, ele próprio ministrava as doses de morfina para controlar a dor e decidia quando ficava acordado para conversar com os antigos companheiros.
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Na noite de quinta-feira, Gushiken reuniu em seu quarto José Dirceu, Aloizio Mercadante e dirigentes sindicais. Segundo um dos presentes, disse que o julgamento do mensalão é uma “fase heroica” do partido, que em sua opinião estaria sofrendo um ataque sem precedentes.