Um dos mais renomados gramáticos da língua portuguesa, Domingos Paschoal Cegalla, morreu em decorrência de problemas cardíacos no último sábado, aos 92 anos, em sua casa no Rio de Janeiro.

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Autor da Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, sua obra mais conhecida, o escritor catarinense nasceu em Tijipió, zona rural de São João Batista, em 1920. Aos 10 anos foi enviado para estudar no seminário dos Irmãos Maristas, em Curitiba, onde aprendeu grego, latim, francês e italiano.

Formou-se em Letras Clássicas pela Universidade Federal do Paraná e em 1953 mudou-se para o Rio de Janeiro, para lecionar.

Foi professor em diversas escolas, incluindo o Colégio Santo Inácio, em Botafogo. Ainda nos anos 50 começou a escrever gramáticas. Em 1964, publicou a Novíssima Gramática da Língua Portuguesa.

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Além de gramáticas, Cegalla tem outros livros publicados, como os de poesia Um brado no deserto e Canções de Eurídice, e o romance Triângulo Amoroso.

Não gostava de dar entrevistas a emissoras de televisão e ser fotografado. Também avesso a honrarias, ganhou o prêmio Jabuti pela tradução de “Édipo Rei” do grego para o português, mas não compareceu à cerimônia para a homenagem.

Seu último título publicado foi uma tradução de Sófocles.

Professor Cegalla era conhecido por ser um homem discreto, de bom papo, que gostava de escrever e de caminhar pelos jardins do Leblon. Segundo o sobrinho, Valmor, o tio é para a família um exemplo de paciência, generosidade e educação.

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Deixa a esposa, Dalva, com quem foi casado por 52 anos, os quatro filhos, Daniel, Ângela, Paulo e Alexandre, e dois netos.

O corpo foi velado na casa em que morava com a esposa, no Leblon, e sepultado no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.