Morreu na quinta-feira, aos 75 anos, o capitão reformado Homero César Machado, citado em entrevista pela presidente Dilma Rousseff como uma das pessoas que dirigiam as torturas que ela sofreu durante a ditadura (1964-1985). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

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O corpo foi cremado às 10h desta sexta na Vila Alpina. A Folha não conseguiu falar com familiares de Machado, nem descobriu a causa da morte.

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Relatório da Comissão da Verdade aponta Machado como torturador de ao menos quatro militantes durante a ditadura. Ele foi dirigente e chefe de interrogatório da Oban (Operação Bandeirante) de 1969 a 1970.

Em entrevista publicada pela Folha em 2005, Dilma relatou como foi torturada durante o tempo em que ficou presa, de janeiro de 1970, quando tinha 22 anos, a 1973. Dilma era militante política – integrou o Colina (Comando de Libertação Nacional) e a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares).

“Levei muita palmatória”, disse. Em resposta à pergunta “Quem batia?”, respondeu: “O capitão Maurício sempre aparecia. Ele não era interrogador, era da equipe de busca. Dos que dirigiam, o primeiro era o Homero, o segundo era o Albernaz”. Dilma se referia aos militares Maurício Lopes Lima, Homero César Machado e Benoni de Arruda Albernaz.

Machado foi ouvido pela Comissão da Verdade em setembro de 2014. Na ocasião, diante de pessoas que disseram ter sido torturados por sua equipe, negou ter praticado ou testemunhado tortura.

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