O cineasta húngaro Miklós Jancsó, um dos mais importantes nomes do cinema do leste europeu, morreu na sexta-feira em decorrência de um câncer de pulmão. Ele tinha 92 anos de idade.
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Conhecido pelas reflexões políticas e de classe, e por seu estilo calcado em planos longos e sem cortes, Jancsó ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, mais importante premiação do cinema de autor, com o filme Salmo Vermelho, em 1972. Este filme, que conta com apenas 26 cortes entre um plano e outro, adapta para a tela uma revolta camponesa do século 19.
Diretor prolífico, ele assinou dezenas de curtas-metragens desde 1950, e mais de 30 longas no total, entre os quais Vermelhos e Brancos (1967) e Os sem Esperança (1966). Seu último trabalho foi Magyarország 2011 (2012), longa-metragem coletivo produzido na Hungria e nunca exibido no Brasil. O drama histórico Oda az Igazság (2010), igualmente sem título em português, foi seu último trabalho solo.
Seu engajamento também se dava na política: Jancsó concorreu três vezes ao parlamento húngaro, mas nunca se elegeu. O cineasta lutava contra o câncer há alguns anos, informou sua família à agência de notícias húngara MTI.
À mesma agência, o seu conterrâneo Béla Tarr (de O Cavalo de Turim e Satantango), que teve uma mostra com seus filmes realizada em Porto Alegre em 2013, disse que morreu “o maior diretor húngaro de todos os tempos, um pensador e um verdadeiro democrata”:
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– Estamos mais pobres por causa disso. Sentiremos sua falta para sempre.