Morreu na madrugada desta quinta-feira (16) o historiador Gelci José Coelho, conhecido como Mestre Peninha e um dos guardiões da cultura catarinense. Por 12 anos, foi assistente do pesquisador Franklin Cascaes. A causa da morte foi insuficiência respiratória, segundo amigos.
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Peninha nasceu em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, em 1949. Formado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialista em Museu, Educação e Artes pela Universidade de São Paulo, ele foi museólogo, escritor, artista visual, e atuou ao longo de toda a vida profissional como pesquisador e palestrante no Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (MArqE/UFSC) onde foi também o diretor por mais de 15 anos.
Como Franklin Cascaes trabalhou o imaginário coletivo de Florianópolis e região
Além disso, ele foi um dos guardiões da cultura do litoral catarinense, colaborando com inúmeras iniciativas ligadas ao campo do patrimônio cultural e artes. Entre elas, na elaboração de oficinas que ensinavam a construir alegorias do folguedo folclórico do Boi de Mamão.
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— Para quem ainda não o conhece, podemos dizer que ele é um dos melhores e mais originais contadores de histórias da cultura local. Mais do que isso. Ele é um multiartista: performático, provocador, pintor, escultor, dramaturgo, ator, criador de instalações urbanas, museólogo e, acima de tudo, um guardião das tradições das culturas populares do litoral de Santa Catarina. Além do talento pessoal, Peninha tem uma trajetória singular, pois trabalhou por mais de uma década com o grande artista, pesquisador e folclorista Franklin Joaquim Cascaes, o bruxo ilhéu — pontua a amiga e biógrafa, Isabel Orofino.
Dentre as lendas de autoria do historiador, a mais famosa é a do Baile das Bruxas em Itaguaçu. Ela fala que as pedras da praia do bairro Coqueiros, na parte continental de Florianópolis, seriam bruxas que foram petrificadas por não terem convidado o diabo para uma festa.
Peninha morreu nesta madrugada após ficar internado um mês no hospital. O velório vai ocorrer na Igreja de Nossa Senhora dos Passos a partir das 11h. Depois, às 15h30min, um cortejo levará o corpo até o Cemitério Municipal de São José, onde ele será sepultado.
A secretária-adjunta de turismo Roseli Pereira também comentou sobre a morte do historiador nas redes sociais: “Hoje o céu está em festa, será presenteado com sua alegria e com nossas histórias. Fica nosso compromisso em seguir seu legado. Descanse em paz meu amigo!!!”.
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A UFSC também lamentou a morte do historiador alegando que “a comunidade universitária, enlutada, solidariza-se com a família e os amigos de Peninha”.
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