Morreu na tarde deste domingo, dia 1º de dezembro, o intelectual e escritor baiano James Amado, de 91 anos. Autor dos romances Chamado do Mar e O Levante do Posto, ele era o irmão caçula do escritor Jorge Amado (1912- -2001). O escritor sofria de problemas pulmonares desde 2008, e morreu de falência múltipla de órgãos, em sua casa, em Salvador. O sepultamento está marcado para esta segunda-feira.

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James, Jorge e o irmão Joelson (1920 – 2005) eram filhos de João Amado de Faria e Eulália Leal Amado. Nascido em 1922, uma década mais novo que Jorge Amado, James se casou três vezes, com a poeta Jacinta Passos, com Gisela Magalhães e com Luiza Ramos Amado – filha do escritor Graciliano Ramos. Ele deixa quatro filhos e sete netos.

Formado em sociologia e política, James partilhava com o irmão o engajamento político tanto na vida (também foi ligado ao PCB, no qual integrava a seção de Cultura do partido) quanto na literatura e a predileção pela cidade de Ilhéus como tema. Seu romance mais conhecido, Chamado do Mar, é um estudo social e psicológico de uma Ilhéus à beira-mar. Também tradutor e pesquisador, era integrante da Academia de Letras da Bahia (ALB), na qual ocupou, por 23 anos, a Cadeira nº 27. Ele é tido como um dos grandes responsáveis pela redescoberta moderna da obra do poeta baiano Gregório de Matos (1636 – 1695)

Paloma Jorge Amado, filha de Jorge, lamentou a morte do tio em seu perfil no Facebook: “Acabo de receber a notícia da morte de meu tio James. O último dos irmãos de papai, com tio James se termina uma geração. Agora é a nossa vez. Isso não me espanta, me desespera saber que nunca mais vou vê-lo, sentir seu carinho e sua palavra sábia e cheia de ironia”

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