A russa Galina Kravchenko, professora e bailarina do Bolshoi, morreu na noite de sexta-feira em Joinville. Com 73 anos, ela lutava contra o câncer há cinco e estava em sua casa quando sofreu uma parada cardiorrespiratória. Atendendo seu último pedido, o velório está ocorrendo até às 15h30 deste sábado na sede da Escola do Teatro Bolshoi em Joinville.
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Galina era esposa do idealizador da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, Aleksander Bogatiriev. Chegou em Joinville para realizar o sonho de seu esposo, que era participar efetivamente da criação de uma escola do famoso Bolshoi fora da Rússia. O desejo foi alcançado em 2000, ano de inauguração da escola.
Desde lá, se dedicou ao Bolshoi durante 18 anos nas funções de ensaiadora, professora e coreógrafa. Sua relação com Joinville era muito próxima, tanto que em 2013 ela recebeu o título de cidadã honorária do município.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil destacou que Galia repetia constantemente que a Escola era a sua família, inclusive citando em uma entrevista que “Minha vida é mais completa nessa Escola. Sou realizada por todos esses anos de dedicação e muito trabalho, e feliz em fazer parte dessa grande família”.
Galina deixa um filho, Vladimir Bogatiriev, e milhares de admiradores que tiveram a oportunidade de tê-la como amiga, mestre e artista. “Nossa eterna reverência a esta grande artista!”, encerra a nota enviada pela Escola.
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Carreira na Rússia
Galina Kravchenko nasceu em Moscou, Rússia. Formou-se pela Escola Coreográfica Acadêmica de Moscou. Foi solista do Teatro Bolshoi de Moscou por 21 anos e dançou todo o repertório do Teatro Bolshoi. Participou de turnês por toda a Europa, América do Sul, Estados Unidos, África e Ásia, além de ter dançado em concertos de gala com grandes nomes, entre eles Rudolf Nureyev.
Diplomou-se no curso superior de dança do Instituto Estatal de Artes Cênicas de Moscou, especializando-se em direção de balé. Depois se tornou professora residente da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil nas áreas de dança à caráter, repertório e clássico. Atuou também como ensaiadora nas principais obras da Escola: Grande Suíte do Ballet Don Quixote, Suíte do Ballet Quebra-Nozes, Príncipe Igor, Raymonda e Giselle.
Sua última homenagem pública como ícone da dança foi em 2017. Na época, seu trabalho foi reconhecido durante a 35º edição do Festival de Dança de Joinville.
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