O joinvilense Jairo Nascimento, que fez história como goleiro em clubes tradicionais do futebol brasileiro como Corinthians, Coritiba e Fluminense, faleceu nesta quarta-feira (6) em decorrência de um câncer. O ex-jogador tinha 72 anos e realizava tratamento no Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba, onde estava internado desde o dia 23 de janeiro e morreu por volta das 10 horas desta quarta.

Continua depois da publicidade

Conhecido como Pantera Negra, Jairo lutava contra um câncer no rim e desde o ano passado enfrentava dificuldades para custear o tratamento, que continha medicamentos com custo mensal de cerca de R$ 9 mil. A família dele chegou a fazer uma campanha denominada "Defenda o Jairo", que mobilizou boleiros e torcida, além do próprio Corinthians, que se disponibilizou a arcar com as despesas.

De acordo com o filho dele, Jairo Nascimento Filho, o pai deixa como principal legado À família seu "reconhecimento dentro e fora dos campos como uma pessoa respeitada por sua história e trajetória de vida".

Segundo a família, o velório de Jairo Nascimento terá início as 21 horas na Terceira Igreja do Evangelho Quadrangular, na rua Otávio Francisco Dias, 299 no bairro Água Verde, em Curitiba. O sepultamento deve ocorrer às 15 horas de quinta-feira (7) no Cemitério Vertical, localizado na rua Konrad Adenauer, 940, no bairro Tarumã, também na capital paranaense.

Vida dedicada ao futebol

Jairo nasceu em Joinville e começou a treinar aos 14 anos na categoria de base do Caxias Futebol Clube (que depois uniria-se ao América Futebol Clube para tornar-se o JEC). Aos 16, passou a jogar profissionalmente no time.

Continua depois da publicidade

Na mesma época, deixou o emprego na fábrica de refrigeradores da Consul para dedicar-se somente ao futebol e, aos 17 anos, já estava a caminho do Rio de Janeiro para ser treinado pelo técnico Telê Santana e ser reserva do então goleiro da Seleção Brasileira, Félix, que era o goleiro titular do Fluminense.

O joinvilense ficou dois anos e meio no time carioca, onde passou boa parte do tempo como reserva, antes de ser contratado pelo Coritiba, na capital paranaense. Lá, permaneceu por 12 anos e iniciou sua fama de invencibilidade: ficou o equivalente a 905 minutos sem tomar gol.

Na mesma época, foi convocado algumas vezes para integrar a equipe da Seleção Brasileira, mas sua única partida oficial foi em uma partida do Brasil contra o Uruguai, no Maracanã, em um jogo válido pela Taça Atlântico e Copa Rio Branco.

Em 1976, foi para o Corinthians, onde confirmou a fama: em 1978, como titular, passou quatro meses sem tomar gol, em um total de 1.131 minutos, considerado um recorde no Campeonato Brasileiro até hoje. No Corinthians, realizou 189 jogos.

Continua depois da publicidade

Encerrou a carreira como jogador em 1991, depois de também passar pelo Náutico e pelo Atlético de Três Corações (MG). Em 2005, foi técnico do Operário de Mafra (SC). Nos últimos anos, dedicou-se a atuar como professor em escolinhas de futebol em Curitiba.