Morreu a criança de 4 anos que foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros de um incêndio em Itapema nesta quarta-feira. A menina foi retirada da casa em chamas e reanimada pelos bombeiros, pois estava com parada cardíaca. Taires Hipólito dos Santos chegou a ser conduzida ao hospital Santo Antônio, mas não resistiu aos ferimentos. Outra menina, de cerca de 2 anos, também foi levada para o pronto-atendimento com queimaduras leves.

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De acordo com os bombeiros, uma equipe foi acionada por volta das 9h40 para apagar um incêndio em uma casa da Rua 436, no bairro Morretes. A suspeita é que as chamas tenham iniciado em um colchão. A identidade da segunda vítima não foi confirmada.

Um bombeiro que estava de folga foi o primeiro a chegar no local para conter as chamas. Em seguida a equipe chegou e ajudou a apagar o fogo. A estrutura da casa foi afetada pelo incêndio e os moradores do segundo andar foram removidos para que fosse feita perícia.

O sargento Gelson Felizardo, que ajudou na operação, disse que a mãe das meninas relatou que tinha saído de casa e deixou as duas trancadas. O pai também teria ido fazer um conserto no carro.

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– Segundo a mãe, a criança maior às vezes tinha acesso a um isqueiro quando subia em um banquinho. Isso pode ter causado o fogo – acredita.

O Conselho Tutelar de Itapema foi acionado e está acompanhando o caso. O coordenador do órgão, Juarez Foking, disse que serão tomadas as medidas protetivas necessárias em relação à criança que sobreviveu. A família também vai receber o atendimento psicológico e assistência social.

Os pais da criança não foram localizados pela reportagem.

“Desci as escadas gritando por socorro”

Delma Padilha Ribeiro, 75 anos, mora no andar de cima da casa de alvenaria junto com a filha que é proprietária do local. Ela explica que o andar de baixo, onde ocorreu o fogo, é dividido em quitinetes para aluguel. A família teria se mudado há cerca de um mês para o bairro e na hora do acidente as duas meninas estavam sozinhas em casa.

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– Senti o cheio da fumaça e quando saí para olhar o que era, estava saindo pela janela da casa. Comecei a descer a escada e gritar por socorro. Quando cheguei lá embaixo vi o colchão pegando fogo e duas crianças embaixo da cama gritando. Fiquei em choque, quase morri. Foi um desespero ouvir os gritos dessas inocentes – lembra.

Sidnei Stefani, 39 anos, é carroceiro e saía para trabalhar, quando viu o fogo. Ele contou que aos ver chamas foi em direção à casa, pegou uma pedra e quebrou o vidro da única porta do imóvel. Em seguida, chamou as crianças:

– A menor veio e eu consegui tirar. A maior ficou com medo e se escondeu debaixo da cama. Quando fui tentar pegar, caiu o forro da casa e não deu mais pra entrar.

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