A Polícia Civil de Santa Catarina perdeu no último domingo um de seus colaboradores mais devotos. Pedro Francisco Benedeck Bárdio nasceu em 1928 em Florianópolis e durante sua juventude era caixeiro viajante.

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No ano de 1953 costumava ficar na praça do Centro da cidade para passar o tempo. Entre uma tarde e outra, avistou Ivone, por quem se apaixonou. Um ano e meio depois já estavam noivos e até o casamento foram mais nove meses. A união foi selada na data 26 de maio na Igreja de Santa Teresinha, em Florianópolis. Depois do casamento, Pedro viveu por mais cinco anos na cidade até mudar-se para Rio do Sul onde fez o concurso para a Polícia Civil e exerceu a função de comissário. Nove anos se passaram até a mudança para Balneário Camboriú onde tornou-se o primeiro delegado de Polícia da Comarca de BC. Dois anos depois foi para Joaçaba e em 1980 atuou junto à Corregedoria da Polícia Civil. De 2003 até 2007 foi superintendente da Polícia Civil.

A esposa conta orgulhosa de quando o marido, conhecido pelo apelido de Pedrão, dedicou-se aos estudos, se formou em direito e traçou uma carreira exemplar dentro do órgão público. A pedido dele, ela largou o trabalho após o casamento e se dedicou ao marido. Segundo relatos, ele tinha que estar sempre com a roupa bem engomada, tradução de uma esposa bem dedicada. Dona Ivone diz que Pedrão teve um vida digna e que um era o apoio do outro, como não tiveram filhos, os dois estavam sempre juntos viajando e traçando uma verdadeira história de amor.

Nas horas vagas, Pedrão gostava de ouvir tango e a viagem para Buenos Aires com outros delegados foi, segundo Dona Ivone, inesquecível. De 10 anos pra cá, ele adquiriu uma degeneração macular senil, enfermidade que pode levar à cegueira. Depois de quatro operações nos olhos, a visão ficou debilitada e não conseguia enxergar direito. Para não perder o costume da leitura, comprava livros e revistas em áudio para que pudesse ficar informado. Um dos seus escritores preferidos era Jorge Amado e ele ouvia o CD dos livros como passatempo. Ele estava internado havia um mês devido à uma infecção urinária que o levou a morte.

O velório está sendo realizado no Cemitério do Itacorubi e o corpo será cremado, como era de seu desejo, às 13h em Balneário Camboriú.

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