O jornalista Paulo Nogueira, conhecido por liderar cargos em grandes editoras de revistas nacionais como Abril e Globo e criador do site Diário do Centro do Mundo (DCM), morreu na noite desta quinta-feira (29), aos 61 anos, após 10 meses de luta contra um câncer no fígado.
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Formado pela Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, ele começou a carreira de jornalismo na década de 1980, como repórter de economia da revista Veja. Em 1985, passou a ser editor da revista Veja São Paulo, que circula na capital paulista. Depois disso, ocupou diferentes cargos de liderança na editora Abril e participou de reformas editorais de revistas como Playboy, Quatro Rodas e Superinteressante, segundo informações do site Draft.
Após uma carreira de cerca de 25 anos na Abril, assumiu cargo de direção na Editora Globo, em 2006, onde permaneceu por dois anos. Foi correspondente em Londres para a revista Época e editora Abril entre 2009 e 2012. Ainda morando na cidade europeia, criou o Diário do Centro do Mundo, um site conhecido por análises e notícias políticas do Brasil.
Desde então, dedicou-se ao projeto e à expansão do veículo junto ao irmão Kiko Nogueira, também jornalista.”O DCM era seu projeto preferido. Ele falava do privilégio de poder exercer o ofício depois dos 50. Poderia ter tido uma aposentadoria tranquila, jogando tênis e pôquer às margens do Tâmisa”, escreveu Kiko na publicação anunciando a morte do irmão nesta sexta-feira (30).
Paulo deixa quatro filhos: Emir, Pedro, Camila e Fernando. Em entrevista ao site Draft, em 2015, ele comentou a participação da família, especialmente dos filhos, que também escreviam e trabalhavam para o site: “Somos familiares por contingência, e não por escolha. Somos uma família de jornalistas.”
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A tradição do jornalismo é de gerações. O pai, Emir Nogueira, foi editorialista da Folha de S. Paulo, onde trabalhou por mais de 30 anos. Em um dos seus textos, Paulo afirma que escolheu a profissão por causa dele: “Uma memória cara a mim é ele chegando à nossa casa simples no Previdência, à noite, cheio de jornais do dia que trouxera da redação. Eu mergulhava naquele monte de papel, fascinado.”
Segundo o texto de Kiko, no DCM, Paulo “nasceu e morreu no mesmo quarto na casa dos nossos pais, no Jardim Previdência¿, um bairro da zona oeste de São Paulo.
O corpo do jornalista foi velado no Cemitério Gethsêmani do Morumbi, nesta sexta-feira (30) das 10h às 15h.