Uma lenda do futebol joinvilense se foi na madrugada desta quarta-feira, dia 1º. “O Bruxo”, como era conhecido Alcino Simas, morreu devido a uma hemorragia interna, depois de submetido, na segunda-feira, a uma cirurgia para tratar de um abscesso no estômago. O ex-atleta e treinador campeão – foi o comandante na primeira conquista estadual do Joinville – tinha 78 anos e deixa três filhos. Ele será velado a partir das 13 horas na capela Borba Gato e sepultado amanhã, às 9 horas, no Cemitério Municipal.
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Natural de Tijucas, Simas vestiu várias camisas ao longo da carreira de atleta, entre elas a do Carlos Renaux (Brusque) e do Corinthians de Presidente Prudente (SP), mas foi no futebol de Joinville que atingiu a glória. Atuou pelo América e pelo Caxias nos anos 60, e como treinador, foi o responsável por “peneirar” o elenco dos dois clubes para montar o time do Joinville Esporte Clube, em 1976.
Logo em seu primeiro ano de fundação, o JEC chegou à final com uma campanha irrepreensível. Venceu o Figueirense na Capital, mas foi obrigado a jogar uma segunda partida contra o Juventus de Rio do Sul. O jogo do título aconteceu no Estádio Olímpico, do América, o mesmo que tempos depois se tornaria a segunda casa de Alcino.
Terceiro técnico com mais jogos pelo Tricolor (108), Alcino teve a importância reconhecida ao batizar com seu nome o campo 1 do Centro de Treinamento Morro do Meio.
Após alguns anos trabalhando no (hoje extinto) Besc, Simas foi convencido a retornar ao futebol para comandar o América FC na primeira divisão do futebol amador de Joinville. A nova passagem do treinador pelo clube não poderia ser mais vitoriosa: foram quatro títulos da Primeirona e dois do campeonato estadual de futebol amador entre 1992 e 1997, quando Alcino se aposentou definitivamente do esporte.
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João Barbosa, presidente do América, exalta essa relação entre o clube e o técnico, além da amizade de décadas que mantinha com ele. Para Barbosa, o apelido no mundo futebolístico caía como uma luva em Simas:
– Ele era um bruxo pelas artimanhas e pelo gênio que era. Sabia armar um time como ninguém e estava sempre ao lado dos atletas. Acima de tudo, foi um ser humano fora de série.