Morreu na madrugada desta sexta-feira em Blumenau a ex-colunista social do Jornal de Santa Catarina Neusa Manzke Hoemke. Neusinha, como era conhecida pelos amigos, passou por um transplante de fígado no Hospital Santa Isabel na terça-feira, mas não resistiu devido a complicações pós-transplante e morreu aos 65 anos.
Continua depois da publicidade
::: Fernanda Nasser: última homenagem à Neusinha
O velório ocorreu na capela Jardim da Saudade e às 16h teve uma cerimônia de cremação fechada para familiares no Crematório de Blumenau.
Neusa dedicou 26 anos às páginas do Jornal de Santa Catarina na coluna que levava o nome dela. Acompanhou os principais eventos sociais em Blumenau e região. A primeira coluna, Sociedade, foi publicada em 4 de março de 1986 e a última na edição de 3 de abril de 2012.
Continua depois da publicidade
Com o marido, já falecido, Valdir Hoemke, criou a Noite de Gala Catarinanse, na qual reuniu e homenageou celebridades e autoridades em Blumenau. Neusa deixa o filho, Juliano Manzke, e a filha, Melissa Manzke Hoemke.
Carmem Nasser conheceu Neusa na década de 1970, quando ambas faziam parte do grupo de bolão do Tabajara Tênis Clube. Depois Neusa se mudou para Joinville, onde morou por alguns anos, até que retornou a Blumenau. Aqui assumiu a coluna social do Santa e, como era recém-chegada à cidade, sempre consultava Carmem atrás de informações sobre o que estava acontecendo.
– Ela teve uma vida social intensa. Era alegra, divertida, gostava de cantar e dançar, a gente ria muito com ela – lembra.
Continua depois da publicidade
Era comum também Carmem receber pedidos de Neusa para que lhe fizesse brigadeirão, um doce de que tanto gostava.
– A gente punha fé nesse transplante, mas às vezes ele não responde como o esperado – conta Carmem.
Odinéia Marchetti destaca a dedicação de Neusa ao trabalho. Afirma que no auge da carreira tudo o que a amiga escrevia em sua coluna no Santa se tornava assunto de conversas nas ruas, entre pessoas de todas as classes. Ambas atuaram na Rede Feminina de Combate ao Câncer, e inúmeras vezes Neusa usou seu espaço no jornal para dar visibilidade às ações da entidade:
Continua depois da publicidade
– Neusinha era verdadeira e segura. Tinha respeito, inclusive abria mão do lazer para fazer um trabalho feito. Ela foi uma amiga especial.
Primeira coluna Sociedade, publicada em 4 de março de 1986.

Veja um trecho da primeira coluna de Neusa no Santa:
Bom dia, Santa Catarina
A partir de hoje estaremos diariamente ocupando esta página do Santa, escrevendo e refletindo acontecimentos e gente catarinense.
Acreditamos num colunismo social, moderno, levando em conta a interação dos fatos importantes com pessoas, agentes personalizadores do contexto sócioeconômico.
Continua depois da publicidade
(…)
Cremos que os agentes da sociedade tenham características de fluidez – sobretudo à 14 anos do século 21. Portando, estamos abertos a novos conceitos de comportamento à quebra de certos preconceitos quanto ao colunismo social. Não seremos uma coluna social de estátua de bronze nem um museu de fotos e fatos. Relataremos o cotidiano de Santa Catarina; falaremos de trabalho, política e lazer. Contaremos a vida dos nossos clubes, associações, personalizando os acontecimentos.