Por Fábio Fabrini

O ministro da Justiça, Sergio Moro, voltou a afirmar nesta segunda (6) que o isolamento social é importante para conter a disseminação do novo coronavírus no país.

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Questionado sobre qual orientação o governo deveria seguir em caso de demissão do titular da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ele disse não trabalhar com especulações e que sua pasta segue orientações técnicas. Mas comentou: "O isolamento tem que ser o isolamento que for necessário para debelar a epidemia. Os estados estão adotando esses isolamentos, essas quarentenas, com base na autonomia deles. Isso tem sido respeitado."

O ministro da Justiça afirmou haver "uma orientação geral" para que a população fique em casa, mas ponderou que há, ao mesmo tempo, "divergências razoáveis em torno desse tema".

– O que é importante é conciliar o isolamento com as medidas econômicas que o governo tem tomado, como esse tal desse coronavoucher [auxílio de R$ 600 para trabalhadores mais vulneráveis] ou [a] medida de suplementação de salário, para permitir que, se as pessoas tenham que ficar em casa, que elas tenham as condições necessárias para tanto – declarou Moro, que participou de uma transmissão ao vivo, via internet, promovida pela XP Investimentos.

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O presidente Jair Bolsonaro avalia demitir Mandetta, com quem tem tido desgastes nos bastidores a respeito das orientações sobre o enfrentamento à pandemia.

O ministro da Saúde tem defendido o isolamento da população para evitar o contágio, em consonância com as recomendações da Organização Mundial de Saúde e o consenso científico. Mas Bolsonaro tem batido na tecla de que somente pessoas que integram grupos de risco, como idosos e portadores de comorbidades, se recolham.

O presidente estuda substituir Mandetta por um nome que seja defensor da utilização da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com coronavírus, apesar de não haver testes conclusivos sobre a eficácia do medicamento.

Nesta segunda, o presidente almoçou com ministros palacianos e com o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), cotado para o lugar de Mandetta. Segundo assessores presidenciais, o parlamentar, ex-ministro da Cidadania, tem ajudado o presidente a encontrar um nome de peso para o posto que reduza o desgaste público de uma eventual saída do atual ministro.

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Bolsonaro convocou uma reunião com todos os seus ministros às 17h desta segunda no Planalto. A expectativa é que Mandetta esteja presente.

Assessores do presidente dizem que ele está disposto a demitir o auxiliar, mas que ainda está decidindo se fará isso nas próximas horas ou mais adiante.