“Fazia tempo que eu não chorava assim, cara. Minha turma toda aí”. Essa foi a primeira frase que Moriel Costa, da banda Dazaranha, conseguiu dizer, com a voz embargada, após assistir à homenagem feita pelo Jornal do Almoço a ele. Na reportagem, exibida nesta segunda-feira (24), familiares e amigos falam sobre o músico.

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— No Dazaranha, o Moriel é um cara muito participativo e é um cara que tem uma atenção e uma forma de entender cada um de nós de uma maneira muito pontual muito precisa e muito atenciosa a cada um e ao coletivo — falou Chico Martins, colega de banda — É um cara de uma inquietude feliz e produtiva — concluiu.

— O que eu acho muito admirável é a habilidade que ele tem de traduzir essas vivências em forma de uma poesia cuja complexidade nos permite viajar através da história da ilha e de um imaginário que, apesar de partir da subjetividade dele, pertence a todo mundo que vive na cidade — disse o filho Ícaro, relatando sobre o papel político-social que o pai exerce através de sua arte. 

  — Essa poesia também nos convoca a uma reflexão sobre como nós, enquanto sociedade, temos tratado da preservação cultural e da preservação da paisagem da nossa cidade.

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— Ele tem que ser um patrimônio tombado de Floripa porque esse cara é.. é… Ele é um MONSTRO! — exclamou o amigo Marcelo Jacques, após selecionar cautelosamente e carinhosamente o adjetivo adequado. Nesse momento, a tela do jornal é dividida e se vê o músico, que acompanhava o jornal ao vivo, abrindo um sorriso. 

A esposa, Luciana Coppio, com quem o músico tem três filhos, contou como o conheceu, há 32 anos.

— Fui numa festa de Franklin Cascaes e encontrei o Moriel lá. Ele com 22 anos, lindo, capoeirista, jogando capoeira numa roda. Eu realmente me encantei. Era algo anormal. Me apaixonei. 

Os filhos contam como ele, além de ser sinônimo de segurança e de companheirismo, os ensinaram a amar a Ilha de Santa Catarina, a natureza e a diversidade. 

— Eu enxergo ele de todos os lados possíveis, como um artista que eu admiro, mas principalmente como um amigo. Desde criança, eu vejo ele como esse símbolo, como uma pessoa de segurança – afirmou a filha Manuela Costa. O sorriso, que era exibido na tela do Jornal do Almoço, tornou-se insustentável. O queixo de Moriel começou a tremer e o choro o acompanhou até o final da reportagem. 

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Enquanto a filha Isadora Costa falava sobre a sorte de o ter como pai, as lágrimas não cabiam mais atrás das lentes dos óculos de sol do personagem Darci, o manezinho interpretado por Moriel. Retirou a armação e olhou para baixo, se esforçando para controlar a emoção. Não conseguiu.

— O que nos prende é, realmente, o amor — explicou Luciana. 

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