O mordomo – clássico personagem que leva a culpa na literatura e no cinema – está no centro do escândalo de vazamentos de documentos internos do Vaticano.

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Paolo Gabriele, 46 anos, “ajudante de quarto” de Bento XVI desde 2006, foi preso por suposto envolvimento na revelação de cartas confidenciais, endereçadas ao Papa, cujo conteúdo levanta suspeitas de corrupção e nepotismo na Santa Sé.

O nome de Paolo não foi oficialmente divulgado, mas a imprensa italiana o identificou com ajuda de fontes do Vaticano. A investigação da polícia foi autorizada por uma comissão de cardeais e está a cargo do chamado “procurador” de justiça do Vaticano.

Segundo o jornal italiano Il Foglio, os documentos internos foram vazados pelo “mordomo” do Papa, embora a publicação não descarte que se trate apenas de um “bode expiatório” para apresentar rapidamente um culpado.

O anúncio da prisão, algo inédito na Santa Sé, ocorre um dia após a destituição do presidente do Banco do Vaticano, o Instituto para as Obras Religiosas (IOR), Ettore Gotti Tedeschi, exonerado por “não ter cumprido com seu dever”.

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Em janeiro, a revelação de documentos confidenciais levou a um escândalo batizado como “Vatileaks” e evidenciou lutas internas para o cumprimento de normas sobre a transparência.

Novas revelações foram publicadas esta semana em um livro do jornalista Gianluigi Nuzzi. Entre os mais sérios vazamentos publicados este ano está uma carta de Carlo Maria Vigano, vice-governador da Cidade do Vaticano, denunciando contratos inflacionados com companhias de amigos e desvio de recursos.