Um morcego foi encontro morto e diagnosticado com o vírus da raiva em Jaraguá do Sul, o que motiva uma força-tarefa para vacinar outros animais e evitar a disseminação da doença no município do Norte de Santa Catarina. O caso foi detectado em 21 de novembro pelo Programa de Controle de Zoonoses, mas o resultado da análise do Laboratório Regional de Diagnóstico de Joinville (LABJVL) saiu na semana passada.

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De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC), o protocolo para o diagnóstico de casos de raiva é realizar uma ação preventiva com a vacinação de todos os animais em um raio de 300 metros a partir do local em que o morcego foi encontrado. As informações são da prefeitura de Jaraguá do Sul.

A Gerência Regional de Saúde organiza a logística em conjunto com o Estado para fornecimento e transporte das doses necessárias para começar a vacinação dos animais. O objetivo da prefeitura é começar a imunização a partir da próxima terça-feira (3).

O programa de zoonoses do município começou nesta quarta-feira (28) a visita nas casas dos moradores para mapear a presença de animais, como cães e gatos. Com isso, será possível também determinar o quantitativo de doses necessárias da vacina antirrábica. Os agentes estarão identificados e precisarão da colaboração dos moradores.

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– Vamos seguir o protocolo para o caso e pedimos para que as pessoas recebam bem nossas equipes, pois essas medidas são necessárias para evitar novos casos – destaca o secretário de Saúde Alceu Moretti.

Veja orientações para os moradores:

Com a confirmação do caso de raiva no morcego encontrado morto, o serviço de Vigilância Epidemiológica de Jaraguá do Sul reforça as seguintes orientações:

  • Em caso de mordedura e arranhadura, o morador deve procurar o mais breve possível uma Unidade de Saúde para avaliação do ferimento e notificação do caso à Vigilância Epidemiológica (mesmo que o ferimento não seja grave);
  • Caso o ferimento seja grave (profundo ou dilacerante, principalmente em extremidades como dedos), procurar o Hospital São José (adultos) ou o Hospital Jaraguá (crianças) para avaliação médica de utilização do soro antirrábico;
  • Moradores que sofreram arranhaduras ou mordeduras por cães ou gatos domésticos cujo tutor é conhecido, certificar-se de providenciar o endereço e telefone do tutor para repassar para o Programa de Controle de Zoonoses, que fará a observação do animal agressor;
  • Moradores que sofreram arranhaduras ou mordeduras por cães ou gatos de rua/desaparecidos, animais que morreram após a agressão ou qualquer outro animal potencialmente transmissor de raiva (como bovinos, equinos, suínos etc), procurar imediatamente o serviço de saúde para iniciar o esquema vacinal contra a raiva;
  • Aparecimento de morcegos doentes ou mortos ou ainda o contato com o mesmo, devem ser imediatamente informados ao Programa de Controle de Zoonoses, através dos telefones 0800-642-0136 / 2106-8315 / 99224-4543.
  • Não é orientado pelo setor, a manipulação desses espécimes pelo cidadão comum em virtude do risco de acidentes/exposições. Os morcegos recolhidos pelo Programa de Controle de Zoonoses são encaminhados para análise laboratorial do vírus da raiva.

Raiva pode ser transmitida aos humanos

A raiva é uma doença transmissível que atinge mamíferos como cães, gatos, bois, cavalos, macacos e morcegos. Ela também pode ser transmitida ao ser humano quando a saliva do animal infectado entra em contato com a pele ou mucosa por meio de mordida, arranhão ou lambedura do animal.

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O vírus ataca o sistema nervoso central, levando à morte após pouco tempo de evolução. A raiva não tem cura estabelecida – há apenas o registro de três casos de cura conhecidos no mundo, sendo um deles no Brasil – e a única forma de prevenção é por meio da vacina antirrábica.

Em 4 de maio de 2019, foi confirmado o diagnóstico laboratorial de raiva para o óbito de uma paciente de 58 anos, que morava em Gravatal (SC). O Estado não registrava casos em humanos desde 1981, quando um paciente de Ponte Serrada foi vítima da doença.

Na ocasião dessa confirmação, as ações desenvolvidas envolveram a vacinação casa a casa de cães e gatos em um raio de cinco quilômetros a partir da residência da paciente, bem como busca ativa de animais doentes e mortos e orientação à população.

Casos conhecidos em Jaraguá do Sul

Nos últimos 5 anos (2017 a 2021), foram registrados 2.109 atendimentos antirrábicos em Jaraguá do Su -. pessoas agredidas por animais potencialmente transmissores de raiva – pela Vigilância Epidemiológica no Sistema de Informações de Notificação de Agravos (Sinan).

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O ano de 2019 foi o que mais teve registros, com 509 casos. Em 2022, até novembro, foram registrados 340 casos de atendimento antirrábico. A maior parte dos casos envolveram mordeduras por cães (79,4%) e gatos (18,2%). Os demais casos referem-se a outros animais (macaco, tamanduá) ou esquema profilático de médicos veterinários ou estudantes de medicina veterinária.

Dos casos registrados neste ano, dois envolveram pessoas mordidas por morcegos. Em ambos os casos foi realizado o esquema de soro e vacinação profilática dos pacientes, devido ao risco de infecção pelo vírus da raiva. Os pacientes receberam alta após concluírem as doses.

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