Durante a entrevista que o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes deram a jornalistas em Campo Grande, numa sala de aula da Escola Municipal Casimiro de Abreu, uma moradora gritou do lado de fora da escola:

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– Isso é uma vergonha, gente! Tem gente morrendo aqui.

Uma menina de 3 anos morreu e outras sete pessoas ficaram feridas após o rompimento de uma adutora no bairro a madrugada desta terça-feira. A escola está sendo usada como ponto de apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social, que faz cadastramento dos moradores atingidos pelo rompimento da tubulação da Companhia Estadual de àgua e Esgoto no bairro.

A entrevista foi encerrada depois de cerca de cinco minutos e os dois saíram da sala, com seguranças e assessores, para pegar uma van com vidros escuros que os levaria embora, estacionada no pátio da escola. Quando a van cruzou o portão e chegou à rua, moradores cercaram o veículo e xingaram o governador e o prefeito de “safados” e “corruptos”.

Quando a van foi embora, acompanhada de um carro preto da segurança, uma mulher continuou:

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– Eles dizem que vão indenizar todo mundo, mas isso é mentira! Já perdi minha casa há três anos e não recebi nada.

O governador e o prefeito não estiveram com as famílias que perderam suas casas, apenas com os jornalistas.

Governador confirma que novas casas serão custeadas

Na entrevista, Cabral ratificou que a Companhia Estadual de àgua e Esgoto (Cedae) custeará novas casas para quem ficou desabrigado pelo rompimento da adutora. O governador disse que foi ao local para prestar “apoio, solidariedade e acolhimento às famílias atingidas pelo rompimento da adutora”.

– Queria prestar minha solidariedade sobretudo à família que perdeu uma criança. Não há perda material que equivalha à vida de uma criança – disse.

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Quem perdeu utensílios e eletrodomésticos também será ressarcido, ele disse. A causa do rompimento, segundo Cabral, será apurada por uma perícia externa. Cabral falou na escola municipal Casimiro de Abreu, que fica perto do local alagado, mas não foi diretamente ao ponto onde os moradores estavam.

O governador foi questionado sobre o pedido, feito nesta segunda-feira, para que manifestantes deixassem de protestar em sua porta, no Leblon, mas se esquivou. Novas manifestações já estão convocadas. O prefeito disse que um primo da menina que morreu, Isabela Severo da Silva, trabalha na prefeitura, e que toda ajuda será dada às famílias.

MAPA: veja onde aconteceu o rompimento da adutora

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