Moradores dos morros Dona Edith e Figueira voltaram a protestar contra a falta de água na região. No início da noite desta segunda-feira (27), cerca de 100 pessoas bloquearam a principal entrada da comunidade, dando início à formação de filas nas ruas José Reuter e Harry Brehmer.

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A manifestação durou cerca de 40 minutos e houve alguns desentendimentos entre moradores e motoristas irritados com o trânsito bloqueado. Com cartazes e apitos, os manifestantes fecharam as ruas a partir das 18h20min. Logo em seguida, filas foram registradas.

Enquanto isso, alguns vereadores e moradores se revezavam ao microfone de um carro de som, estacionado perto dali e reverberando a indignação da comunidade. Por coincidência, ao mesmo tempo em que um dos manifestantes dizia que o protesto era pacífico e ordeiro, um pequeno grupo discutia com um motociclista que tentava furar o bloqueio. Cinco minutos depois, os ânimos ficaram mais exaltados quando um motorista desceu de um carro e sacou um facão. Um grupo cercou o homem e ele teve de voltar para o carro e seguir por outra rua.

O trânsito foi liberado às 19h, contra a vontade de algumas pessoas que achavam que o bloqueio deveria continuar. A manifestação foi acompanhada à distância pela Polícia Militar e Guarda Municipal. Antes do fim, um representante dos moradores do morro da Figueira disse que eles fechariam nesta terça-feira a entrada do Samae, na rua Bahia, caso a comunidade não fosse abastecida por caminhão-pipa.

Nesta segunda o morro Dona Edith chegou a receber água durante a tarde. Mas alguns moradores disseram que foi por pouco tempo:

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– Não chegou a ficar uma hora com água. Em casa tenho dois cestos de roupas esperando para serem lavadas – disse Valdecir de Oliveira, 40 anos.

Há cinco anos vivendo no morro da Figueira, Ana Maria do Nascimento, 65, contou que o problema se agrava no verão. Ressalta que está sem água em casa desde quarta-feira. Para as tarefas domésticas, o jeito, segundo ela, foi recorrer a uma bica, próxima à comunidade.

De acordo com o diretor de Operações do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Mauricio Carvalho Laus, de domingo para segunda-feira o reservatório que atende a região da Velha já registrou aumento no nível de água, chegando a um metro. O tanque costuma encher durante a noite, quando o consumo é mais baixo. Com isso, Laus espera que até o fim de semana o abastecimento esteja normalizado:

– Todo dia o reservatório recupera um pouco. Então as pessoas devem economizar para que volte ao nível normal.

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