Com lombadas eletrônicas desativadas há pelo menos quatro anos, os moradores que precisam utilizar a rodovia Jorge Lacerda (SC-412) entre Itajaí e Ilhota vivem uma rotina de insegurança. A velocidade permitida na estrada é, em média, de 80 km/h, porém os excessos são frequentes e colocam em risco quem precisa atravessar a via.
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Rota de caminhões pesados e de milhares de veículos diariamente, a Jorge Lacerda também corta bairros e loteamentos populosos de Itajaí, como Espinheiros e Santa Regina, além do Centro de Ilhota. Para a aposentada Valdete Felício, que mora perto da rodovia em Itajaí, as lombadas existentes, que não funcionam, amenizam o excesso de velocidade, mas são poucos os motoristas que dão preferência aos pedestres.
– Quem não sabe que a lombada está desativada até dirige devagar, mas já vi ônibus passando em alta velocidade pela contramão para não ser flagrado no radar – conta.
Em Ilhota a situação não é diferente. A comerciante Marília Eduarda Schaadt conta que a maioria dos motoristas que passa pela cidade não respeita o limite de velocidade, que é de 40 km/h no trecho.
– Não tem segurança nenhuma para atravessar a rua, os carros passam muito rápido – argumenta.
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As lombadas na SC-412 e em todas as rodovias estaduais de SC foram desativadas após a licitação do serviço ser questionada judicialmente. O processo é de 2011 e teve a liminar que impedia o funcionamento dos radares revogada em 2013. Na prática, não haveria mais impedimento para a reativação, porém, como a ação continua correndo na Justiça, o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) ainda estuda o que fazer com as lombadas.
Excesso de velocidade em frente à escola
Entre as duas cidades havia três lombadas administradas pelo Deinfra. No fim de fevereiro, uma delas foi removida após um motociclista colidir com a estrutura. O jovem de 21 anos era morador de Itajaí e morreu no local.
A retirada da lombada, ainda que desativada, provocou transtornos para os cerca de 300 estudantes da Escola Estadual Nilza Ferreira Evaristo, que fica às margens da rodovia. O comerciante Vagner Sobis trabalha do lado da instituição e quase diariamente vê irregularidades:
– Esses dias um caminhão quase atropelou cinco crianças, eu gelei na hora. A faixa de pedestre está apagada e os motoristas ignoram, não respeitam mesmo a gente.
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Sem as lombadas a velocidade dos veículos aumentou consideravelmente, segundo a diretora do colégio, Marta Louise Franke. De acordo com ela, os estudantes que precisam atravessar a via acabam correndo risco de sofrer um acidente.
– Essa lombada foi um apelo da escola, pois já aconteceu o atropelamento de um aluno. É um trecho perigoso e que fica em uma curva. Como sabemos que será difícil colocar um novo radar, pedimos ao Deinfra que instale uma travessia elevada para pedestres – explica.
O superintendente do Deinfra no Vale do Itajaí, Rufinus Seibt, garante que o pedido da escola é tratado com urgência. O órgão está fazendo um levantamento do que é necessário para a obra, que precisará da autorização do governo estadual. Não há prazo para que a faixa de pedestres elevada saia do papel.
O comandante da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) de Gaspar, sargento Marcelo Vieira Ramos, acredita que as lombadas eletrônicas deveriam ser reativadas.
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– Quando fazemos fiscalização com radar móvel chega a ser absurdo o número de condutores acima da velocidade – avalia.