A alegria de se mudar para a casa própria novinha está durando pouco para muitas famílias do Loteamento Manoel de Melo, no bairro Forquilhas, em São José. Os constantes arrombamentos nas residências estão preocupando os moradores, que além do prejuízo material, estão com medo.
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São apenas duas ruas que estão começando a ser habitadas, com uma grande movimentação de entregadores, muitas construções em andamento, facilitando a vida dos ladrões, que se aproveitam do fato dos vizinhos ainda não se conhecerem para furtar residências em plena luz do dia, na hora em que moradores saem para trabalhar. Eles relatam ao menos dez casos em 2016.
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Um morador que já teve a casa arrombada duas vezes e prefere não se identificar, por medo, gastou R$ 16 mil com reforços na segurança, e nem isso inibiu a ação dos bandidos:
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— Me mudei em janeiro e no mês de março entraram pela primeira vez. Depois disso aumentei o portão, coloquei grades, alarme e câmera, mas os ladrões dão um jeito para tudo. Nessa última vez, há duas semanas, eles pularam pela casa de trás, o alarme disparou rápido, mas eles conseguiram desligar, então os vizinhos não perceberam. Levaram tudo, televisão, eletrônicos, nossas roupas e até lençol — conta.

O prejuízo com os assaltos ultrapassa os R$ 10 mil, mas o pior é a sensação de impunidade:
— A gente sente medo, raiva e ainda fica desanimado, pois sabemos que não vamos recuperar nada — lamenta
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A preocupação com a violência é tanta que um casal, que também não quis se identificar, resolveu alugar sua casa e ir morar com a mãe da esposa depois que teve um bebê. A casa deles foi invadida no início de 2015 pela janela do banheiro do segundo andar, e meses depois, enquanto dormiam, ouviram um estouro na porta:
— Eu estava grávida de nove meses e foi um susto muito grande. Meu marido desceu e viu a porta quebrada e os ladrões correram, acho que eles pensaram que não tinha ninguém em casa pelo silêncio, mas como trabalhamos de madrugada, estávamos dormindo. Uns pedreiros de uma obra próxima até tentaram correr atrás deles, mas não pegaram — recorda.

Outro morador, que teve a casa furtada no Dia dos Pais, conta que é comum ver carros estranhos rondando as ruas durante o dia e a noite. No caso dele, a mudança ainda nem estava completa quando a residência foi furtada:
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— Trouxe algumas caixas para adiantar a mudança no sábado à tarde e no domingo já invadiram. Acredito que tenham pessoas vigiando o dia todo, porque a casa estava vazia, e foi só eu levar algumas coisas que já entraram. Agora que me mudei não consigo trabalhar tranquilo, sem saber se vou ter minhas coisas na hora que chegar em casa. Soube de casos com vizinhos que os ladrões chegaram de caminhão e levaram até os móveis.
Polícia Militar diz que faz rondas na região
O comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Fernando André da Silva, explica que está ciente do problema na região, e que a característica do loteamento, assim como outros próximos, em que os laços de vizinhança ainda não estão consolidados, acaba facilitando a ação dos ladrões.
— Recebemos as ocorrências e passamos a fazer rondas principalmente no período vespertino, quando aconteceram os casos. Também pedimos que todos acionem a Polícia Militar e façam os registros.
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Silva ainda se colocou à disposição da comunidade para a implementação do programa Vizinho Solidário, que têm se mostrado efetivo em outros bairros.
A equipe de investigação da Central de Polícia de São José também está investigando os furtos na região, mas até o momento nenhum suspeito foi preso.