Um grupo de pessoas tentou, sem sucesso, ajudar uma baleia encalhada na praia de Gravatá, em Navegantes, nesta terça-feira (31). Um vídeo feito no local (assista abaixo) mostra pouco mais de 10 homens tentando empurrar o animal de volta para o oceano. No entanto, segundo especialistas, o mamífero já estava sem vida ao parar na areia.

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A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da Univali foi avisada do ocorrido por volta das 17h. Segundo os técnicos, a baleia-jubarte juvenil estava morta quando encalhou. Um suposto movimento da cauda fez os moradores acreditarem que ela ainda estava viva, o que mobilizou o grupo para ajudá-la a voltar ao fundo.

Nas imagens feitas e publicadas pelo portal O Blumenauense, uma moradora exibe os voluntários se esforçando para salvar o animal. No vídeo, ela diz: “Olha como levanta [a cauda]”. Porém, o que causou o movimento, segundo o PMP, foram as ondas.

A necropsia será feita na manhã desta quarta-feira (1º). Depois, a prefeitura deve enterrar o animal em algum ponto da praia com o auxílio de máquinas.

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Jubartes encalhadas

Só nesta terça-feira o PMP soube de dois encalhes de baleias no Litoral catarinense, entre Barra Velha e Governador Celso Ramos. Além do episódio em Gravatá, um animal morreu em Barra Velha. A necrópsia nesse segundo deve ser feita durante a tarde.

O surgimento frequente de baleias mortas nos últimos meses chama atenção da população e acende um alerta aos pesquisadores. A presença das baleias-jubarte é comum no Litoral do Brasil entre julho e novembro por conta da migração reprodutiva, mas não é normal que elas cheguem tão próximo à praia.

Necropsia de baleia encalhada em Navegantes foi feita nesta quarta-feira
Necropsia de baleia encalhada em Navegantes foi feita nesta quarta-feira (Foto: Especial Santa)

— Algo mudou neste ano para eles se aproximarem da costa, e não sabemos se foi algo na costa brasileira ou se estamos vendo um reflexo de mudanças nas áreas de alimentação no continente Antártico — analisa o biólogo e coordenador do PMP, André Barreto.

O número de baleias mortas bateu recorde neste ano, com ao menos 15 registros entre o Norte de SC e Florianópolis.

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