Os moradores de Cabeçudas em Itajaí foram até o Ministério Público nesta sexta-feira para tentar impedir a construção de novos prédios no bairro. Eles entregaram à 10ª Promotoria de Justiça um abaixo-assinado com mais de 2 mil assinaturas, além de um levantamento, feito por sete profissionais de diversas áreas, que aponta os motivos pelos quais o local não deveria mais receber edifícios.
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O presidente da Associação de Moradores do bairro, Zenaldo Feuser, conta que um grupo de cerca de 40 pessoas foi até o fórum para entregar documentos e o abaixo-assinado ao promotor Luiz Eduardo. O presidente explica que 98% dos moradores de Cabeçudas não querem a construção de novos prédios.
– Queremos que seja limitada a construção de edifícios em Cabeçudas. O município aprovou a Lei 214, sobre o solo criado, que permite construir mais andares que o determinado no plano. Isso é ilegal e nós não aceitamos isso – argumenta.
O engenheiro civil da associação, Rodrigo Rabello, comenta que o estudo feito com sete profissionais aponta que Cabeçudas não comporta mais prédios por diversos fatores, como a preservação da história do bairro, a falta de calçadas para pedestres, as vias estreitas, a falta de estacionamento, entre outros aspectos.
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– O nosso sistema de drenagem de água é obsoleto, se hoje já dá problema imagina com mais empreendimentos. A rede de esgoto também foi dimensionada para o que há hoje e se tiver mais gente vai ter que redimensionar. Além disso, iria criar um fluxo muito intenso no bairro – avalia.
O engenheiro Rabello diz ainda que o objetivo dos moradores é conscientizar que Cabeçudas é procurada ela nostalgia que oferece e isso iria acabar com a construção de novos prédios.
O secretário de Urbanismo de Itajaí, Paulo Praun, afirma que não recebeu até o momento documentos ou estudos sobre o pedido dos moradores.
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Preocupação
Na ocasião, os moradores também entregaram ao MP um requerimento e documentos técnicos sobre o edifício, que estava sendo erguido no bairro e foi embargado pela Justiça, por não estar adequado ao plano diretor vigente – o processo ainda segue em tramitação.
– Cabeçudas não comporta esse prédio, vai sobrecarregar todo bairro e gerar transtornos – reclama o morador Vitor Antônio da Silva, que participou da entrega dos documentos no fórum.