Um grupo de moradores da Praia de Canasvieiras, em Florianópolis, acusa a prefeitura de Balneário Camboriú de exportar mendigos para o local. A alegação é negada pelas prefeituras das duas cidades e classificada de irresponsável pela Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social de Balneário Camboriú.
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O presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Canasvieiras, Carlos Hennrichs, admitiu que não tem provas materiais, mas garantiu que basta perguntar para os moradores de rua para descobrir que a origem deles é o Litoral Norte, em especial Balneário Camboriú. Independentemente de onde vieram, a presença desagrada a população local.
O motorista Marcelo Gonçalves, 54 anos, reclamou que a mulher evita caminhar na areia por medo de ser atacada e que as pessoas são intimidadas ao estacionarem o carro em algum comércio. O garçom Halifi Ulisses Martins, 20 anos, veio de Taquarituba (SP) e contou que é comum ver moradores de rua pedindo dinheiro para os clientes nas mesas e que mesmo expulsos eles voltam.
O assunto tomou conta das rodas de conversa de Canasvieiras, mas não significa que todos consideram os mendigos um mal que precisa ser extirpado. Mesmo assim, parte dos moradores repete histórias de kombis e ônibus que “desovaram” gente de outras cidades. Os recém-chegados teriam expulsado crianças de parques, agora usados para consumo de drogas ou como dormitório. Ocorre que muitos consideram a posição extrema e citam que a praia tem problemas maiores, como tráfico de drogas e falta de policiamento.
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Uma das organizadoras das passeatas contra os mendigos, Luciana Gertrudes Silva lembra que registrou boletim de ocorrência contra os moradores de rua e reclama do impacto no turismo, mas ressalta que o caso é para tratamento. O presidente do Conseg de Canasvieiras diz que foram apenas duas visitas e nenhum mendigo encaminhado para tratamento.
Reunião na prefeitura debaterá situação
Moradores e comerciantes da Praia de Canasvieiras, em Florianópolis, vão fazer outra manifestação na quarta-feira pedindo providências sobre o que classificam como maciço número de moradores de rua no local. Nesta terça-feira a situação será discutida em uma reunião com representantes do Conselho Comunitário de Segurança de Canasvieiras (Conseg) e o chefe de gabinete da prefeitura da Capital.
A preocupação do Conseg com a situação dos moradores de rua é tamanha que foi o principal assunto das últimas quatro reuniões. A reivindicação do conselho é a construção de um centro de triagem no Norte da Ilha.
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