O cenário pode até ser confundido com um aterro sanitário. A diferença é que ele está em meio a uma área residencial do bairro Iririú, na rua Guaíra. É uma montanha de material reciclável e de lixo orgânico. É impossível não parar em frente ao imóvel, que fica perto da Escola Annes Gualberto.

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– Este lixo está aí há muito tempo. No calor, o cheiro fica insuportável -, reclama uma moradora que preferiu não se identificar.

A situação também foi denunciada por internautas na página da rede social Facebook. Uma das moradores que denunciou disse que queria reclamar à Prefeitura, mas simplesmente não encontrou o número do imóvel.

Segundo a Prefeitura de Joinville, o morador foi alvo de diversas denúncias. Ali mora apenas um homem, que prefere não se identificar. E achá-lo não foi fácil. A reportagem demorou para encontrar a porta. Após bater palmas e chamar por alguém, um senhor de 65 anos aparece, subindo nos montes de papelão e nas sacas de cimento.

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Segundo ele, o material está empilhado porque as empresas recicladoras, que ele contrata, demoram para buscar os materiais. Para cada tipo de material, é chamada uma empresa diferente, explica ele.

– Mas elas não apareceram. Vou ver se consigo agilizar isso -, destaca, explicando que é este o ganha-pão dele.

– Trabalho sozinho para me sustentar. E é difícil. O material é barato, precisa ter muito para ganhar dinheiro -, conta.

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Conforme o morador, o quilo do papelão custa apenas dois centavos e o de vidro é 15 centavos.

– Já vieram fiscais duas vezes neste ano aqui. Disseram que os moradores estão denunciando. Sempre tem gente que reclama -, diz ainda o morador.

Segundo ele, a casa tem dois mil metros quadrados e está à venda.

Proprietário já foi notificado, diz Prefeitura

A Prefeitura de Joinville autuou o vendedor de material reciclável da rua Guaíra várias vezes. Inclusive, quatro órgãos notificaram o morador. Fiscais estiveram na casa do bairro Iririú no fim de janeiro.

As multas, que não tiveram os valores divulgados, ainda estão em aberto e são encaminhadas para a dívida ativa do morador, que, enquanto não quitar as pendências, não poderá participar de nenhum programa social ou cadastro realizado pela Prefeitura.

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Ainda segundo a Secretaria de Infraestrutura Urbana, o que cabe ao poder público já foi feito. Como não se pode invadir uma propriedade privada, a orientação da secretaria é de que os próprios moradores encaminhem uma denúncia ao Ministério Público, para ser aberta uma ação civil pública.